PRIMEIRO
Bate, bate sempre, ó ferreiro/ bate, bate em ferro frio/ importa é seres verdadeiro/ contra corrente de mar ou rio.
Malho apertado na mão/ no braço força segura/ a verdade jamais tem senão/, a verdade merece lisura.
Não estás sozinho a bater/ mesmo que isso assim pareça/ no mundo há sempre quem meça/ tudo o que se está a fazer.
Com malhos, martelos e maços/ no mesmo sítio sempre a bater/ alisam-se todos os erros e fracassos/ tal é um coletivo dever.
Bate sempre noite e dia/ incomoda, desassossega sem descanso/ e agitando as águas do pego manso/exerce livremente a cidadania.
Ouve os sábios, todos os entendidos/ pois nada aprendes com os ignaros/ daqueles, mesmo que raros/ nunca os deixes esquecidos.
Na bigorna faz tilintar/ o que outros não querem ouvir/ e os que o povo devem servir/ não os deixes do povo aproveitar.
SEGUNDO
Creio não haver algo mais gratificante do que, mais tarde, mais cedo, ou no tempo próprio, sentirmos que no esforço da morigeração dos costumes nunca estamos sós no mundo. Que no exercício da cidadania ou desempenho honesto da profissão, ou cargo que assumimos temporariamente, damos o nosso melhor contributo à boa gestão da “res publica”, mesmo que tenhamos consciência de remar contra a maré, contra as conveniências de todos os acomodados ao sistema e isso nos traga dissabores e inconvenientes. Não importa isso. Importa é que sigamos os ditames do saber e da consciência, sobretudo quando tudo se respalda em documentos e valores morais e éticos que enformam o BEM COLETIVO e denunciam os interesses pessoais, as clientelas e os compadrios. «NÃO DEVEMOS OMITIR OU APAGAR OS FRACASSOS COLETIVOS».
TERCEIRO
Adivinhem lá quem disse esta verdade, tão sentida no país inteiro, ó minha gente! Sempre fui defensor da REGIONALIZAÇÃO E DESCENTRALIZAÇÃO. Tenho textos escritos sobre a necessidade dessa grande reforma política-administrativa. Mas cada vez temo mais os “reinóis de taifas”, esses que, chegados ao PODER por eleição, se tornam todos poderosos e donos das instituições locais, atropelando as leis a favor das suas conveniências. Mas, a fazer fé nas investigações vindas a público, alguns vão caindo por aí acima e por aí abaixo. A VERDADE VEM SEMPRE AO DE CIMA. E na defesa dos PRINCÍPIOS, como se vê nos discursos de 10 de junho, feitos por gente inteligente e grada, para gosto meu e desgosto de outros, estou bem acompanhado.