RESCALDO
Na carta que ontem tornei pública, aqui mesmo, dirigida que foi, em 2016, à Direção dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire, carta essa que ficou sem resposta, relativa ao meu novo «cartão de sócio» e ao livro «Castro Daire, os Nossos Bombeiros, a Nossa Música», referi-me a uma informação escrita em papel timbrado com o logotipo do Município, dada pelo ex-Presidente da Câmara Fernando Carneiro, em que dizia a um munícipe, interessado na sua aquisição, que esse livro se encontrava à venda nas «livrarias/papelarias», e que só as mesmas «sabiam o preço» de venda ao público.
Disse também que tinha dirigido uma «carta/petição» de esclarecimento ao atual Presidente da Câmara e Vereador da Cultura, arta com nota de rodapé a informar que ela, com esclarecimento ou sem ele, seria, a seu tempo, dada à estampa neste espaço. Aguardo, portanto. Como se vê, sei dar tempo ao tempo.
Mas, para já, a fim de tudo ficar muito bem explicadinho, e que cada um assuma as responsabilidades dos cargos e funções que exercem (ou exerceram) uns porque NÃO RESPONDERAM à missiva que respeitosa e cordatamente lhes foi dirigida, outro, porque não diz a VERDADE acerca do livro em causa (a mútua cumplicidade do silêncio pode descortinar-se no facto de, nas últimas eleições autárquicas, o Presidente da Associação dos Bombeiros, João Cândido da Silva Henrique, integrar a lista do PS para a Assembleia Municipal e Fernando Carneiro encabeçar a lista do mesmo partido para o Executivo e, presumivelmente, a nenhum deles interessar a divulgação do conteúdo do livro em causa, aqui deixo o «fac simile» do ofício assinado pelo ex-presidente da Câmara e a foto do texto que figura na contracapa da obra de que sou autor, COM MUITO TRABALHO, COM MUITA HONRA e nenhum PROVEITO.
Nesse texto, escrito em 2005, na contracapa, como se vê, digo que «As instituições locais, como a Misericórdia e os Bombeiros, não são assim tão «santas», nem não «humanitárias, como vulgarmente são conhecidas». E remato dizendo que «este livro pretende exercer alguma pedagogia». Foi o «aqui d'elRei»! Para além da acendalha que deu origem ao incêndio que lavrou, ao tempo, na imprensa local, v.g. «Notícias de Castro Daire» e no meu site "trilhos-serranos.com", incêndio que passou despercebido aos órgãos de comunicação nacional (orais e escritos), parece-me que mais PEDAGÓGICOS foram os fogos que devastaram o país neste verão passado, em consequência dos quais o jornalismo nacional, com Sandra Felgueiras e o seu «SEXTA ÀS 9» à cabeça, tenha, enfim, descoberto que Portugal não era só Lisboa.
Cá por mim, contrariamente a certos jornalistas que por aí andam a rabiscar nos jornais da esquerda, do CENTRO ou direita, folgo bem em ter por companhia, mesmo que somente no RESCALDO, o jornalismo de investigação levado a cabo por essa profissional de comunicação, louvando, claro está, o seu PROGRAMA. A razão que tinha em 2005, tenho-a em 2017. Entretanto o Presidente da Associação dos Bombeiros de Castro Daire, que condenou o livro e só nãoo levou à foqueira porque não pôde, acabou por ser condendo a prisão por «desviar dinheiros da Associação para a conta da sua firma particular».