«Exmo. Senhor
Presidente da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Castro Daire CASTRO DAIRE
1 - Hoje, dia 26 de junho de 2016 (DOMINGO), foi-me entregue, em mão, no Restaurante Rocha, pelo senhor 2º Secretário da atual Direção dessa Associação, o meu cartão de sócio com o nº 330, com a devida fotografia no rosto e, no verso, os vários telefones e endereços aconselháveis a utilizar, em caso de EMERGÊNCIA, o que muito agradeço.
2 - Devo, em primeiro lugar, felicitar essa Direção pela iniciativa e, em segundo lugar, para além do agradecimento, mostrar alguma estranheza, pelo facto de Abílio Pereira de Carvalho ainda figurar nos ficheiros dessa prestimosa Associação como sócio, dadas as divergências públicas e notórias (por tão badaladas que foram na imprensa local) que houve entre mim e a Direção presidida pelo Senhor António da Conceição Pinto, divergências essas que, por certo, V. Exa. e os restantes membros da Direção e Comando, não ignoram.
3 - Ora, sendo essas divergências relacionadas com a publicação de um livro de 514 páginas de que sou autor «pro-bono», editado pela Câmara Municipal, livro que relata, a par e passo, a HISTÓRIA DOCUMENTADA dessa Associação, livro que me deu muito trabalho e cujo produto de venda rondaria, à época, cerca de 8.000 contos (oito mil contos), revertidos a favor dos cofres dessa Associação, produto que nas palavras públicas desse senhor ex-presidente, assim ele o quisesse, chegaria aos 12.000 contos, bem gostaria que V. Exa., face a tudo isto, me informasse o seguinte:
a) Qual a atitude da atual Direção face ao referido livro, cujos exemplares, para venda, se encontram ao cuidado da Câmara Municipal?
b) Já cheguei a falar no assunto ao senhor Comandante Paulo Matos, numa conversa ocasional e informal que com ele tive no Jardim Municipal, mas ele não soube ou não quis «avançar» opinião sobre o caso. A minha preocupação era saber se os novos corpos sociais, viam (ou não) nesse livro uma FONTE DE RECEITA desprezível, ultrapassados que foram os problemas deixados pelas anteriores direções que «dolosamente» desprezaram a sua venda, deixando-a à responsabilidade do Município.
c) Como, em coisas de tal importância e valor, não é meu hábito deixá-las morrer ou liquefazer em meias tintas, pergunto respeitosamente o que pensa fazer essa Direção sobre o assunto e, consequentemente, qual o montante das minhas quotas em atraso, já que não voltei a entrar nessa Associação desde que tais divergências se verificaram.
d) Para melhor esclarecimento dos serviços prestados por mim a essa Associação, visando criar nela FONTES DE RECEITA, é só ler as atas das reuniões em que tomei parte durante o tempo que integrei a Direção, como o demonstra «fac-simile» do meu cartão de «ex-vogal», no ano de 1990.
Fareja, 26-06-2016
Sem outro assunto, com toda a consideração, sou
Abílio Pereira de Carvalho»
NOTA: O título completo do livro é «Castro Daire, os Nossos Bombeiros, a Nossa Música». Foi escrito «pro bono» e editado em 2005, Tem 500 páginas de história fundamentada e bem documentada, nunca percebendo o autor as razões que levaram os responsáveis pela Instituição a «desgostarem» do seu conteúdo.