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quarta, 03 julho 2013 09:35

AUTÁRQUICAS/2013

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1 - Já começaram a aparecer nos lugares estratégicos da vila, nos cruzamentos das estradas e aldeias, os CARTAZES com as palavras de ordem e as fotos dos candidatos autárquicos. E também já começaram a achegar às caixas dos correios dos munícipes alguns "desdobráveis" com as "promessas" que eles dizem cumprir, caso venham a ser eleitos.

2 - Como ainda não desisti do exercício da minha cidadania, que não apenas meter o voto na urna de 4 em 4 anos, quero deixar aqui matéria para reflexão de todos os candidatos, a fim de nenhum deles poder dizer que a ignoravam. É matéria que eu já trouxe a público, quer através de escritos, quer através de vídeos colocados no Youtube, mas nunca é demais "bater em ferro frio", tanto mais que se trata de matéria de relevante interesse para o concelho. Matéria de interesse público. De que se trata?Aí vai:


a) O que pensam fazer os candidatos da FONTE DA LAVANDEIRA, nascente a jorrar água para dois tanques de cantaria, perdida entre silvas, a poucos metros do Parque onde se implantou a Feira Quinzenal? Água a perder-se pela barroca abaixo, água de uma fonte que foi expropriada na Primeira República e que abasteceu a vila durante anos? A continuar assim, sem requalificação e aproveitamento adequado, ficará soterrada e lembrada apenas nos livros de história. E já agora, uma pergunta indiscreta: os candidatos sabem onde ela fica e o valor do líquido precioso que se desperdiça, ali? 
Claro que o meu malho de ferreiro inconformado com tanto desmazelo e desinteresse pela COISA PÚBLICA, já fez tilintar na bigorna da crítica este assunto, mas a minha chamada de atenção feita aos poderes não surtiu qualquer feito até hoje. Será que em tempos de campanha eleitoral as minhas marteladas vão ser ouvidas?

b) O mesmo digo para a FONTE DA NOSSA SENHORA, a escassos duzentos metros da estrada nacional número 2, entre o cruzamento de Lamelas e o Parque de Vila Pouca, do lado esquerdo em direcção a Lamego. Já sugeri aos políticos, incluindo o antigo Presidente da Junta de Castro Daire, senhor Vicente (que Deus haja, para quem acredita) que essas águas, perdidas entre pinheiros, fossem canalizadas para um fontanário colocado ao lado da estrada, proporcionando assim ao automobilista desfrutar do precioso líquido que, nesse trajecto até Lamego, só vai encontrar, noutro fontanário, bem perto desta cidade. Essa é uma fonte que, nascida em terreno baldio, explorada que foi pelo Município, a continuar assim abandonada, bem poderá vir a ser aproveitada por um qualquer "chico esperto", assenhoreando-se dela por usucapião. Pensem nisso, senhores candidatos.

c) E, já agora, apesar de eu ter apresentado o meu veemente protesto junto do actual presidente de Câmara e actual candidato a futuro mandado, Fernando Carneiro, do atentado ao nosso património histórico, ali, na SOBREIRA, onde uma coluna centenária foi deslocada do sítio original (terreno baldio, virado particular) e colocada como suporte do templete que ali foi recentemente construído para albergar um cruzeiro de alminhas, cabe aqui perguntar a todos os candidatos o que pensam sobre o nosso património MATERIAL E IMATERIAL, neste caso concreto, já que essa coluna se prende com uma lenda que bem pode emprestar significado histórico ao lugar e justificar o comportamento dos transeuntes que cruzavam aquele sítio em tempos idos?

Cf. a) Youtube video "Sobreira, Sino Sem Mãos" publicado em 19/09/2011 
      b) "www.trilhos-serranos.com" artigo "Castro Daire, Barrial de Omízio" com fotos a ilustrar o sítio e os "monumentos".

 

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.