HISTÓRIA VIVA
Uma das minhas preocupações pedagógicas, enquanto professor que fui, era espevitar nos meus alunos a imaginação e a criatividade, levando-os a aplicar os conhecimentos adquiridos a situações novas com que tivessem de enfrentar-se no decurso da vida.
Tenho sido um divulgador entusiasta do que de novo se vai fazendo por Castro Daire, de modo a dar a conhecer ao mundo que a imaginação, criatividade e arte não são exclusivas dos meios urbanos e que todo o ser humano, independentemente das origens sociais ou quadrante geográfico em que viva, não está tolhido de se exprimir ARTISTICAMENTE, seja na música, nas letras e/ou artes plásticas, subindo na escala do folclore histórico que nos remete para os tempos longínquos, aqueles tempos em que o camponês praticava e vivia exclusivamente da ESCRITA BUSTROFÉDON.
De Castro Daire já falei de tudo um pouco, quer escrevendo, quer filmando e comentando os vídeos que alojei no Youtube, autênticos CARTAZES TURÍSTICOS concelhios. Basta observar o número de VISUALIZAÇÕES que alguns deles tiveram.
Já referi nos meus livros, designadamente em «Lendas da Cá, Coisas do Além», a arte da minha esposa, MARIA MAFALDA MATOS LANÇA CARVALHO, e muito injusto tenho sido para com ela não me ter referido mais assiduamente às suas qualidades de professora, de mãe, de artista, defensora e admiradora da natureza e dos animais, muito antes de surgirem os seus acérrimos defensores, organizados em Partidos e Movimentos.. Não havia postal no mercado com um «gatinho» que ela deixasse no escaparate.
Disso me penitencio.
Admirador e apreciador de todas essas qualidades, adquiri uma pasta destinada a acondicionar toda a sua produção artística resultante da paleta, pincel e lápis de carvão. Recentemente num baú esquecido nos cantos da casa fui encontrar as relíquias miniaturais que ilustram esta crónica, para orgulho dos meus e seus filhos, netos e ex-alunos a quem, segundo sei, ela entregava a AVALIAÇÃO dos testes com um desenho ou pintura, como me foi dito há dias, ocasionalmente, por uma ex-aluna sua.
Para a descoberta de tais relíquias miniaturais contribuiu a curiosidade dos meus netos que um dia, cá em casa de férias, fixando-se no baú, mostraram desejo de saberem o que continha, perguntando se «havia ali um TESOURO», seguramente influenciados pelas imagens dos DESENHOS ANIMADOS.
Na altura fiz-lhes a vontade, abrimos o baú e o mais que vimos foram roupas e chapéus que a minha esposa, em vida, resolveu guardar ali. Mas voltando lá sozinho, pesquisando por conta própria, encontrei uma "lata" antiga, cuja tampa me apressei a fotografar (foto 1) bem como o seu recheio (foto 2).
Feito isso, seguiu-se a obrigação de fotografar cada peça em separado e, colocadas junto de uma régua graduada para termos uma noção de escala e de grandeza, eis como em poucos centímetros se faz arte.
É isso. Não anda agora para aí uma artista de renome, com muita fama, que faz tudo agigantado? Pois eu aqui deixo o que a minha esposa deixou em miniatura, a par de outras peças que os meus e seus filhos e netos muito apreciarão quando delas tiverem conhecimento e a noção esclarecida da sua GRANDEZA
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