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terça, 22 outubro 2013 12:10

AUTÁRQUICAS/2013 - 3

Escrito por 

CARTA ABERTA AO SECRETÁRIO-GERAL DO P.S.

FUTURO 1º MINISTRO

Nas eleições autárquicas deste ano, o candidato do PARTIDO SOCIALISTA à Junta de Freguesia da Mões, concelho de Castro Daire, MARCO ANDRADE, num folheto de campanha eleitoral, atribuiu-me uma MENAGEM DE APOIO feita à revelia do meu conhecimento e vontade. 
No dia 28, vésperas das eleições, o candidato deu-me pessoalmente conhecimento do caso, mostrando-me o folheto na convicção de que o texto lhe tinha sido enviado (ou reenviado, não sabia bem) por e-mail, um texto genérico a que ele acrescentara o seu nome na condição de candidato. Neguei, de imediato, que lhe tivesse remetido tal mensagem, que era FALSA e algumas horas depois, fiz-lhe chegar, o e-mail, cujo «PrtScn» se anexa, e se pode ver mais abaixo, para leitura total da mensagem, do endereço electrónico do destinatário e do remetente e do dia e hora em que ela foi remetida. Não gosto nem aceito equívocos com esta gravidade.

MÕES-MARCO Estando nós no período em que me era vedado tratar o assunto na imprensa e nas redes sociais, fica assim demonstrado que não esperei pelo dia das eleições para lhe apresentar o meu protesto, descontentamento e discordância sobre a mensagem que me foi atribuída e da qual acabava de ter conhecimento. O destinatário não se deu ao trabalho de acusar a recepção, nem se preocupou em desfazer, de imediato, o evidente e lamentável equívoco, pois teve oportunidade e tempo de sobra para, via e-mail, identificar o remetente, ou autor, do «envio» ou «reenvio» da mensagem que me atribuiu. Ele lá sabia e sabe porquê.  
Face a esse comportamento comuniquei o caso pessoalmente ao senhor presidente da Câmara, Fernando Carneiro, também nas listas do PS e este, dizendo ignorá-lo, disse-me que isso seria tratado na Comissão Politica Concelhia.

Tratando-se de um caso inesperado e indigno de um candidato a Presidente de uma autarquia, sem me ser dada qualquer explicação plausível do sucedido, após as eleições, apressei-me a denunciá-lo publicamente nas duas crónicas (AUTÁRQUICAS 2013) que coloquei no meu site, «www.trilhos-serranos.pt», em «posts» na minha página do Facebook, na página do «PS Castro Daire», na página da «Federação do PS de Viseu», na «Página de V.Exa.» e nas páginas de alguns responsáveis locais pelo PARTIDO SOCIALISTA. 

À excepção da «Federação do PS de Viseu» através de Marco Almeida, informando-me que apresentaria o «assunto em questão na próxima reunião do Secretariado da Federação», disponibilizando o e-mail da Federação  ( Este endereço de email está protegido contra piratas. Necessita ativar o JavaScript para o visualizar. ), caso eu necessitasse de  enviar mais informações», e de Pedro Figueiredo, jovem eleito para a Assembleia de Freguesia de Cabril, nas listas do PS, que na sua página do Facebook se mostrou «solidário» comigo, com o meu «protesto» e com a minha «denúncia», dizendo, até,  que gostaria de ver discutido esse assunto na Comissão Política Concelhia, nenhum dos outros órgãos e responsáveis pelo Partido Socialista local se demarcaram do OPORTUNISMO e da falta de ÉTICA do referido candidato, que na mesma lista de APOIOS, para além da MENSAGEM que me atribuiu, com NOME E ROSTO, mensagem que eu nunca escrevi (repito),  juntou as MENSAGENS DE APOIO de outras pessoas com alguma notoriedade pública, entre as quais, a do actual deputado à Assembleia da República, Acácio Pinto e do ex-deputado, Miguel Ginestal, ele próprio ex-Governador Civil de Viseu e actual chefe de Gabinete de V. Exa., dizendo estes dois, respectivamente,  tratar-se de um candidato «sério, honesto e trabalhador», «um homem generoso, que gosta de ajudar, que é solidário», afirmações essas que contradizem claramente o GESTO POLÍTICO desse cidadão e mostram inequivocamente a dissonância que vai entre as ATITUDES e os VALORES preconizados pelo Socialismo Democrático, Ética Republicana e Democracia representativa.

Como amplamente demonstrei nas crónicas deixadas no meu site e vários «posts» no Facebook, ao tomar todas estas minhas iniciativas fi-lo como cidadão e como pessoa que, recusando-se a ser uma loja de CONVENIÊNCIAS, pretende, tão somente, o melhor para o seu país, pugnando pela transparência e verdade no funcionamento de todas as suas instituições. A BEM DA DEMOCRACIA, DA REPÚBLICA E DO PARTIDO SOCIALISTA
E dada a descredibilização actual dos políticos, bem me custa dizer de um candidato do PS: «cesteiro que faz um cesto, faz um cento», tal como disse, durante a campanha eleitoral, do candidato do PSD à presidência da «União de Freguesias Mamouros/Alva/Ribolhos» relativamente às provas por ele dadas, enquanto vereador que foi do Pelouro da Cultura.

E face a tudo isto, é oportuno perguntar: eu, que passei a vida a educar para a cidadania, preocupado com o transparente funcionamento das instituições que gerem os dinheiros públicos,  pergunto-me que valor, que credibilidade se podem atribuir aos documentos saídos da Junta de Freguesia de Mões, com ou sem o selo branco da autarquia, posto pelo candidato agora eleito seu presidente, candidato QUE levou até aos seus eleitores, impressa num folheto a cores, uma MENSAGEM DE APOIO, dizendo ser minha, mas que eu nunca escrevi? Daí eu poder dizer «alto e bom som» que a documentos, com tal carimbo, jamais se poderão associar o meu NOME, o meu  ROSTO a MENSAGEM DE APOIO que o candidato me atribuiu. O mesmo não poderão dizer, todavia,  os restantes APOIANTES acima referidos, pois que, denunciada amplamente a atitude indigna desse candidato, mantiveram o silêncio cúmplice da conveniência pessoal, política e partidária. Despojaram-se da ética republicana e socialista.
Perguntar-se-á porquê tanto alarido, em torno de uma questão pessoal, num momento em que o país se vê atolado numa crise que afecta milhares de portugueses. Responderei que é por uma questão de dignidade e honra. Do expurgo de políticos desta laia que nos têm governado, que nos governam e pretendem continuar a governar. A nível nacional e local. O meu nome, o meu rosto e as palavras que me atribuíram, foram usados, sem o meu conhecimento e consentimento, e contribuíram para a eleição um candidato que sabia, por antecipação, que disso tirava benefício e proveito político e próprio. Não me presto a esses papéis. E o candidato devia sabê-lo. Mensagem

O caso não pode passar sem uma tomada de posição pública por parte dos órgãos partidários: de «aceitação» ou de «repúdio». Se for remetido ao silêncio, por força da lei da rolha (como estou pressentindo) garantido fica que, em futuras eleições (todas elas), enquanto eu tiver as luzes da moral e da ética a iluminarem-me o espírito, e até onde chegar a minha «rede» de audição e leitura, assumirei, responsavelmente,  o papel de Catão, o Velho, não com a histórica expressão «delenda est Cartago», mas com o exemplo que acabo de relatar e que o PARTIDO SOCIALISTA deixou impune. E de nada valerá a Vª Exª, Dr. ANTÓNIO JOSÉ SEGURO, berrar pela ÉTICA REPUBLICANA, pois será uma expressão oca de sentido. Faço votos de que assim não seja.


PS: Admito que V. Exa. Senhor Secretário Geral do Partido Socialista, venha a não tomar conhecimento desta «CARTA ABERTA» pois, sendo o seu Chefe de Gabinete, o Dr. MIGUEL GINESTAL, ele próprio subscritor de uma das MENSAGENS DE APOIO ao candidato, dificilmente encontrará um dicionário com palavras que conciliem a semântica resultante da atitude política e ética do candidato com as palavras que ele próprio lhe atribuiu «sério, honesto e trabalhador».

Nota: agora mesme remetido à redacção do «Notícias de Castro Daire»

 

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.