Dizem-no os cafés, as esplanadas,
As grandes lojas comerciais
E também as pequenas tendas.
Dizem-no as ruas atulhadas
De gente apressada
Com embrulhos e prendas.
Di-lo o ar que se respira
O presépio, os reis Magos
Com ouro, incenso e mirra.
Di-lo a alegria das crianças
Abrindo brinquedos e lembranças
Que de noite, em recato,
Alguém foi pôr no seu sapato.
Dizem-no adultos
Letrados e incultos
Falando com fé
No costumado beja-pé
Do Menino Salvador.
Dizem-no homens de letras
Revistas e jornais
Que sabem da paz e da guerra,
Bradando uma vez mais
"Pax in Terra"!
Natal!
Todos sabemos que é Natal.
Não passaram já outros Natais?
Dizem-no os cafés, as esplanadas
As grandes lojas comerciais...
Abílio/LM/dezembro/1972