Porquê, amigo!
Não quero crer
Que seja a religião,
Que seja o tempo pascal
Da cruz e ressurreição
Que me levaram à medieval
Poesia de então.
Hesito
Mas concluo e digo
Amigo,
Que foi mesmo a religião.
Foi o fundamentalismo
Satânico
Do terrorismo
Islâmico
Feito em nome de Alá.
E por cá,
Pelo cristianismo,
Foi a reposição
Da via sacra ao vivo,
Em algumas partes
Do País,
Amigo,
Com as artes
Diferentes de D. Dinis
Pois, em vez de poesia
Como soía,
Apareceram cruzes, lanças, sangue e morte
De tal sorte
Que, cada qual nas suas crenças,
Me interpelo:. onde estão as diferenças?
Aqueles, por lá
Em nome de Alá
No seu fundamentalismo
Matam realmente.
Eles são a encarnação
Do mal e do terror.
Por cá,
No cristianismo,
Com a crucificação
Pascal
Ao vivo
Matam simbolicamente
E dizem ser por amor.
Para uns e outros uma festa,
Amigo,
É tudo o que no mundo resta
Em nome da fé.
Ai deus e u é!
Abílio/março2016