terça, 08 setembro 2015 11:01
Escrito por
Abílio Pereira de Carvalho
RUA ABADE FARIA
Quem é que sabia que em Lisboa havia a rua Abade Faria? E o que faria o Abade Faria para ter a rua que merecia?
Pouca gente sabia. Tal como pouca gente sabe quem foi esse abade e o que na vida fazia. Hoje já assim não é. E num país de muita fé, de monges, clérigos, abades (e também muitos alarves) a rua Abade Faria converteu-se num santuário, a pontos de, noite e dia, jornalistas hipnotizados, dali debitarem notícias, comentários, mas não sobre o Abade Faria, nem sobre o que ele fazia, para ter a rua que merecia.
Então o que fazia
O Abade Faria
Pra ter a rua que merecia?
Vejam as linhas com que o mundo se cose. Ele dedicou-se ao estudo da hipnose e de tal forma o fez, quem a dizer isso viria? (Só mesmo a Pitonisa!) que no número trinta e três da rua Abade Faria se recolheria um dia a figura que toda a orbe hipnotiza.
E não digo mais
Desta vez,
Pois tal se espera dos jornais
E jornalistas acampados
Encantados, embasbacados
Ocupados, informados
Formados, hipnotizados
Junto à porta trinta e três.
Abílio/setembro/2015
Publicado em
Poesia
Abílio Pereira de Carvalho
Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.