Ainda agora havia sol, ainda agora claro
Era o dia
Mas, não é em junho caso raro,
Fica escuro num repente
E os trovões, na sua sinfonia
De parceria com a chuva, que torrencialmente
Caía das alturas,
Vieram interromper
As silenciosas leituras
Em que eu fazia
De narrativas históricas
Cobertas de misérias e de glórias.
Fui ver.
A "chuivada" caía.
Era chuva de trovoada
Que, pelo vento embalada,
Sonora, benéfica, poética
(Tal qual se vê)
Bailava e cantarolava
Os seus versos naturais,
(Eles dirão o quê?)
Nos telhados e nos beirais.
E, nos quintais,
Como se fossem gente,
Dançarinas e contentes,
Agradecidas à Natureza
As ervas, as árvores e arbustos mais
Dançam harmoniosamente
Uma valsa de Veneza!
Não se molhe,
Mas, por favor
Veja melhor
Pare, escute e olhe!
Abílio/junho2015
quinta, 11 junho 2015 19:23
Escrito por
Abílio Pereira de Carvalho
VALSA NATURAL
A VALSA DA TROVOADA
Não. Não batem leve, levemente
Nem ninguém chama por mim.
Publicado em
Poesia
Abílio Pereira de Carvalho
Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.