Quem pode ser no «PS» tão quieto
Ou quem terá tão livre o pensamento
Quem tão experimentado, e tão discreto,
Tão fora, enfim, de humano entendimento
Que, ou com público efeito, ou com secreto,
Deixando-lhe o juízo quase incerto
Ver no «PS» o desconcerto?
(…)
Dir-me-eis que o estranho desconcerto
Novamente ao «PS» se mostrasse
Que, por livre que fosse e mui esperto
Não era d’espantar, se me espantasse;
Mas se já de Sócrates foi certo
Que nenhum grande caso lhe mudasse
Que tome exemplo dele e não me espante.
(…)
Deixo o «SOCIALISTA» a quem o sono esperta
Do grão favor do SEGURO que serve e adora
Que se mantém desta aura falsa, incerta
Que dos corações tanto é senhora.
Deixo CAMARADAS que estão com a boca aberta
Por se encher de tesouros, de hora em hora
Doentes desta falsa hidropesia
Que, quanto mais alcança, mais queria.
(…)
Deixo outras obras vãs do vulgo errado,
A quem não há ninguém que contradiga,
Nem doutra coisa alguma é subjugado.
Que de uma opinião e usança antiga.
Mas pergunto ora ao «COSTA» esforçado
Ou ao «SEGURO» divino que me diga,
Este das muitas terras em que andou
Estoutro, de vencê-las, que alcançou?
NOTA: este texto foi colocado na minha página do Facebook em 30 de Maio de 2014, inspirado na "polémica" que existiu sobre a liderança do Partido socialista. Parece que mantém alguma actualidade.