E é na Rua de São Benedito, em frente à capela privativa do solar brasonado que temos mais dois exemplares desta arte em ferro. Uma é já nossa conhecida, a da varanda do Padre Germano, a outra, cujo proprietário desconheço (fotos ao lado), miram-se uma à outra e, mesmo que de malha e formato diferentes, não desprestigiam o mestre da forja, do malho e da bigorna que lhes deu forma e feitio.
As varandas do solar AGUILAR, que domina a Praça e a ela deu o nome, não têm grades. As duas que existem nas extremidades da fachada principal do edifício têm parapeito granítico fechado e a cobertura das suas amplas aberturas assenta em quatro colunas toscanas cada. Não fora o brasão pespegado na frontaria do solar a marcar a diferença das restantes moradias em redor, a arquitetura destas duas varandas bastavam para marcar a distinção.
Mas, mesmo em frente de uma dessas aberturas, temos a varanda gradeada da habitação que foi de uma das mais bem cotadas famílias, ligadas ao comércio, da vila de Castro Daire: a família JOAQUIM FIGUEIREDO SIMÕES E OLIVEIRA, atualmente em situação de ruínas, como bem mostram as fotos juntas.
Descendo a rua, de costas para a Praça e entrando na rua principal, outrora chamada Estrada Real e depois Estrada Nacional n. 2, hoje dividida em troços com vários nomes (o primeiro, ao lado do Jardim, foi a Avenida das Acácias), depois veio a ser retalhada em troços vários, com nomes de Ruas e Avenidas deste ou daquele (mais para satisfação dos desígnios dos autarcas no poder do que de homenagem às figuras e nomes das pessoas e instituições referenciadas) assim perdendo a sua identidade histórica (identidade que parece querer ressurgir com a designação de Rota Turística Nacional que liga Chaves a Faro e vice-versa), nessa via, dizia eu, temos ao lado da Farmácia Gastão Fonseca, no edifício onde atualmente está instalada a Caixa Agrícola, mais uma grade digna de nota: junto à barra de remate superior, onde os moradores assentavam os cotovelos quando se debruçavam sobre ela para verem a banda passar estão as iniciais maiúsculas "DM". Foi moradia de Daniel Monteiro e mais identificação não é preciso. Retrocedendo, uns metros mais abaixo, numa das atuais «TRÊS ESQUINAS» que antigamente foram «QUATRO» (cuja explicação deixei no meu livro «IMPLANTAÇÃO DA REPÚBLICA EM CASTRO DAIRE-I», editado pela Câmara em 2010), a minha máquina fotográfica fixou-se na varanda do atual « BAR ROCHEDO», casa que outrota foi da família Fráguas, contemporânea da família Figueiredo já acima referida.
(CONTINUA)