SÓ PARA OS MAIS DESCUIDADOS, INTELECTUALMENTE DESONESTOS e/ou POLITICAMENTE INCOMPETENTES
Presumo não haver licenciado em HISTÓRIA pela FACULDADE DE LETRAS DA UNIVERSIDADE CLÁSSICA DE LISBOA ligado aos «trilhos da investigação» que ignore o livro do PROFESSOR CATEDRÁTICO DOUTOR OLIVEIRA MARQUES e a sua advertência a todo aquele que pretenda seguir os caminhos da investigação. Assim:
Vemos, à esquerda, a CAPA e, a direita, um respigo da advertência que para aqui copio, de modo a não suscitar dúvidas, a todos os interessados pela HISTÓRIA LOCAL, pelos «quefazeres» das NOSSAS TERRAS E DAS NOSSAS GENTES:
«Antes de começar qualquer trabalho. Impõe-se ao estudioso entrar em contacto com a bibliografia existente. Para não correr o risco ou repetir investigações já feitas ou alcançar conclusões já apresentadas».
Ora, quem se dedica à «investigação» na área que abrange o concelho de Castro Daire, não pode ignorar que, em 1995, publiquei um livro com o título «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura» (o livro garantidamente mais consultado nas Bibliotecas Escolares e B. Municipal) onde tratei «historicamente» do fabrico do «barro preto de Ribolhos». Este livro mereceu do, então, Presidente da Câmara, João Augusto Matias e do, então, Presidente da Assembleia Municipal, Dr. João Duarte de Oliveira, as seguintes e honrosas palavras, na cerimónia de lançamento promovida pelo Executivo Municipal, em 14.11.95. Assim:
PRIMEIRO
«(...) Imprescindível se torna avaliar costumes, danças, cantares, atitudes, crenças, ferramentas, utensílios e tudo o que constitui uma praxis específica. O concelho de Castro Daire é, neste aspeto, uma fonte que jorra abundantemente para o amante da nobre tarefa de investigar. É um atrativo para aquele que, não se contentando com meras aparências, pesquisa o que, vulgarmente, pode parecer desprezível e sem valor. O que é iluminado e orientado pelo saber académico e pela experiência nestas andanças não menospreza a observação das transformações culturais e procura, com subtileza, identificar os elementos que unem ou separam o dia-a-dia menos recente dos tempos hodiernos. Tem sido esta a atitude desse insigne investigador da História Local - Dr. Abílio Pereira de Carvalho, também bem patente em «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura». (...) Ao autor e a todas as pessoas que, de algum modo, contribuíram para a realização deste trabalho manifestam o concelho e a Câmara Municipal a sua gratidão».
(…)
«Castro Daire - Indústria, Técnica e Cultura» é uma obra do Dr. Abílio Pereira de Carvalho, um autor já consagrado em virtude de muito que tem dado de si, do seu tempo e da sua competência ao estudo aturado de múltiplos aspetos histórico-culturais do concelho.
Para além de inúmeros artigos em diversos órgãos da imprensa regional, o Dr. Abílio já deu à estampa diversas obras (...) Nos últimos tempos, o autor, aproveitando a licença sabática, lançou-se a um grande empreendimento que é um autêntico inventário da indústria e da técnica que deu à nossa cultura uma identidade própria.
Caracterizado por um visualismo muito próprio do investigador, o Dr. Abílio viveu, nos últimos tempos, um nomadismo característico de quem, não se poupando a esforços, percorre montes e vales para elaborar um trabalho de índole científica e proporcionar (...) uma tradução fiel do mundo que nos rodeia. Foi desta procura incessante dos factos e do intento de conhecer «in loco» a realidade, que resultou o conhecimento do saber e do saber-fazer retratado em «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura».
(...)
Pela minúcia revelada, pelo conjunto de atividades tratadas e porque cremos que constitui um valioso testemunho tanto para o presente como para as gerações vindouras, em boa hora deliberou a Câmara Municipal responsabilizar-se financeiramente por esta primeira edição.
(...)
Aos senhores professores peço que utilizem este rico inventário do património espalhado pelo concelho para que as nossas crianças e jovens conheçam este elo de ligação entre o presente e o passado.
(...)
Agradeço-lhe esta obra em nome do concelho e fique ciente que a Câmara nada mais fez que, dentro da política cultural adotada, apoiar uma obra de um castrense acerca do que é nosso e que é para nós».
SEGUNDO
Seguiu-se no uso da palavra o SENHOR PRESIDENTE DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL, Dr. JOÃO DUARTE DE OLIVEIRA, advogado, que disse:
« (...) Sou um amante da cultura, admiro aqueles que tem capacidade e valor para produzir saber. O Dr. Abílio é um construtor de arte, um fazedor de cultura, um trabalhador da inteligência, um proletário da mente. Ele tem espalhado conhecimentos, cultura e saber pelo concelho e pelo país. Muito do que nós somos ele tem dado a conhecer pelo País inteiro. É merecedor da nossa gratidão, do nosso reconhecimento e da nossa estima. Os seus livros e opúsculos são o retrato do concelho e o testemunho da sua personalidade e da sua cultura. Nós estamos aqui não só para o lançamento do seu livro, mas para lhe prestar uma homenagem. O nosso jornal «Notícias de Castro Daire» já o pôs na primeira página, que é o lugar que ele merece. E já o considerou o homem da Cultura do concelho. É a sua consagração como homem de saber, como proletário da mente. Ele é, efetivamente, como está na moda dizer-se, um proletário da mente, pois não enriquece com os seus livros. Ele investiga mais com o espírito de colaboração e solidariedade, de amor à arte e ao saber do que por razões económicas. Tem por isso a nossa consideração, o nosso respeito e a nossa amizade (...)».
CONCLUSÃO
A «HISTÓRIA» é um caminho humano sempre a percorrer, um «fazer» e «refazer» do nosso passado, do nosso viver coletivo, usos, costumes, tradições, indústrias e artes. Um caminho infindo, sempre aberto a novas perspetivas, novas descobertas e novas conclusões. Mas investigar uma MATÉRIA, seja ela qual for, omitindo a BIBLIOGRAFIA existente sobre ela, é erro grave imperdoável cometido pelos «investigadores das ciências sociais». Tal procedimento só pode ser atribuído à ignorância, à má fé, ou desonestidade intelectual de autores que, em obra produzida posteriormente, se apresentam como pioneiros a «pisar caminhos andados».
Acontece que, por enquanto, eu ainda estou vivo e atento ao que se passa em redor de mim. E como não sou de «compadrios» «amiguismos», «clientelismos» e «capelinhas», nem me ajoelho perante qualquer altar, de posse plena das minhas faculdades mentais, posso ainda dizer dizer que me recuso a ser antecipada e intelectualmente «sepultado». Ainda cá estou para defender o meu «legado intelectual e histórico» produzido e publicado, aquele que me valeu estar no pódio WWW dos «HISTORIADORES DE PORTUGAL» e «NOTABLE PEOPLE», para urticária dos «despeitados» . Queimado e cremado, sim, mas só depois de estar morto. E nunca nas «fogueiras da inquisição». Qualquer CREMATÓRIO civil me serve.
In BIBLIOTECA MUNICIPAL - 06-07-2020
https://youtu.be/QlMCjQYyF5E?si=Nz5ugS9o1nXVTwh_