HISTÓRIA LOCAL
O investigador, por mim conhecido, que mais trabalho deixou impresso sobre a Diocese de Lamego, foi o Padre Jesuíta Manuel Gonçalves da Costa. Basta lembrar os SEIS VOLUMES (com cerca de 650 páginas cada) que ele nos deixou com o título: «HISTÓRIA DO BISPADO E CIDADE DE LAMEGO».
Insuspeito, pois, para acreditar no produto da sua investigação, dele copio o texto que se segue, relativo à paróquia e igreja de Castro Daire:
«Em tempos pré-nacionais, núcleos cristãos à volta de uma ermida ereta em honra de Salvador» mas depois «São Pedro viria a impor-se como centro paroquial visigótico». (Costa, 1979)
Perguntarão por que razão fui eu decalcar este texto, o mesmo que colei no meu último livro «Amor do Redentor» relacionado com os «PAINEIS DE AZULEJOS» que estiveram cerca de 240 escondidos por detrás do cadeiral do CORO BAIXO existente na capela-mor da Igreja matriz de Castro Daire, livro que não deixou de causar algum formigueiro nos neurónios de algumas pessoas que se arrogam estudiosas das SAGRADAS LETRAS. As mesmas que reconhecendo o meu papel de «HISTORIADOR», dizem eu nada perceber de TEOLOGIA, pretendendo com essa negativa, atribuir-me a incapacidade de fazer a leitura que fiz das ALEGORIAS BÍBLICAS que, no século XVIII, um artista esclarecido, em risco e pincelada de cor azul cobalto e cozedura, colou às paredes interiores daquela capela-mor.
Claro que, lampeiros a dizer isso, eles serão, certamente, exímios na leitura de CATECISMOS e BREVIÁRIOS de bolso, mas deviam, seguramente, ser mais moderados nas suas opiniões e antes de me retirarem qualquer saber TEOLÓGICO, deviam ir estudar muito bem o Consílio de Niceia, que eu referi mais do que uma vez. Quais foram os assuntos ali debatidos e quais os protagonistas dos temas tratados. Qual das teses vingou sobrepondo-se às oponentes e consequências das determinações ali decretadas.
Estudassem e soubessem eles isso e demonstrarem, depois, que os assuntos debatidos em tal Consílio, nada tem a ver com os desenhos que, NO SÉCULO XVIII, viraram azulejo cozido e estiveram ocultos do mundo cerca de DOIS SÉCULOS E MEIO.
Nos dois PAINEIS DE AZULEJOS que serviram de tema a esse meu livrotemos a figura de PEDRO que agora nos aparece fundida em bronze (em redondo) por um ARTISTA LOCAL e fixada na parede frontal da SACRISTIA da IGREJA MATRIZ DE CASTRO DAIRE. Ali, braço estendido, confiante, virado a nascente, se compararmos este majestoso templo e seus anexos a uma barco, nele vemos o TIMONEIRO PEDRO determinado e confiante, a apontar o futuro, bem diferente o PEDRO, PESCADOR que «homem de pouca fé», face a uma ligeira vaga, se borrou de medo no MAR DA GALILEIA.
E mais uma vez, diferentemente de todos esses senhores MUITO ATENTOS a tudo o que por cá se vai fazendo nas ARTES E NAS LETRAS, abarrotados com o seu saber TEOLÓGICO e CURSOS DE CRISTANDADE incluídos aqui deixo os PARABÉNS ao atual ABADE CARLOS JOSÉ GOMES CARIA por mais esta sua iniciativa e ao meu colega professor e artista JOSÉ LUIS LOUREIRO que, devagar, devagarinho, vai deixando, em CASTRO DAIRE, a pegada da sua existência.
E desses outros, que tão preocupados se mostram com o que sei e não sei de TEOLOGIA, espero a preparação e a lucidez exigidas por estes tempos que, segundo o PAPA FRANCISCO se pretendem mais «APOSTÓLICOS E MENOS CLERICAIS
».