Trilhos Serranos

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terça, 14 novembro 2017 14:57

PATRIMÓNIO

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HISTÓRIA VIVA

Há um bom par de anos dei por mim no topo da Serra do Montemuro, mesmo em cima das MURALHAS que restam do velho CASTRO que ali existiu. em tempos idos. E reparo nos rombos de que elas estão a ser vítimas, devido à fome que, nessa altura, os espanhóis mostraram sobre tudo o que era «pedra natural e velha» válida para construção de vivendas. Era na altura Presidente da Câmara Municipal de Castro Daire, o senhor João Matias e Vice-Presidente a Engª Eulália Teixeira, atualmente, por virtude dos resultados das últimas eleições autárquicas, Presidente da Assembleia Municipal.

pedras-1 - CópiaAlertei-os, então, para a delapidação do nosso PATRIMÓNIO e, para mal dos meus pecados, nem um nem outro sabiam de tais MURALHAS, nem de tais rombos, ou ROUBOS. Disponibilizei-me a ir lá ensiná-los e lá fomos numa carrinha do Município. E logo ali se assentou a necessidade de se colocarem lá umas placas, assinalando tratar-se de PATRIMÓNIO HISTÓRICO e que era «proibido tirar pedras». Foi numa época que, tudo quanto fosse monte, outeiro ou picoto, onde chegasse trator, se viam torres erguidas sobre paletes de madeira, prontas a emigrar.

Vem isto a propósito das «torres» que encontrei ontem ao lado dos caminhos que levam à região do PAIVÓ, á beirinha de Cujó. A data e hora da foto não enganam. E, sem curar de saber quem dessas «torres» se aproveita, sei, seguramente duas coisas: essas pedras ou provêm de muros particulares, ou são arrancadas na serra da Abelheira, na Travessa, terras baldias e portanto PATRIMÓNIO PÚBLICO.

Semelhante caso foi muito debatido, há anos, nas rádios e televisões portuguesas e falou-se sobre o que deviam fazer os nossos autarcas em defesa desse nosso património. Pensei que tudo tinha passado, mas a fotografia que aqui deixo, é como o algodão, «não engana», e creio «andar bem enganado» quem deixa que aquilo que pertence à FREGUESIA DE CUJÓ, vá pregar a uma qualquer FREGUESIA ESPANHOLA, ou nacional que seja.

Como cidadão, eis o meu dever cumprido. O resto não é comigo.





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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.