Rubras saem da terra
Depois tornam-se amarelas.
São fruto da natureza
Logo depois da primavera.
E bem me lembro como era
Sempre cremosas e belas
Comidas sem ser na mesa.
No seu corpo, os cabacinhos
Barrigudos de creme cheios
Com ele fazíamos queijinhos
Ou chupávamos inteirinhos,
Tal qual se chupam seios.
Só se dão com o calor
Nas planuras frias da serra
Agasalhadas pelo sargaço.
E, aninhadas no seu regaço
Eu bem me lembro como era,
Ficavam prenhas por amor
Ou seja lá pelo que for
Inchadas pariam alvo melaço.
Hoje, quantos anos já lá vão?
Passeando-me pela serra
Vêm-me à recordação
E procuro-as a cada passo.
Abílio/junho2018
segunda, 04 junho 2018 20:22
Escrito por
Abílio Pereira de Carvalho
PÚTEGAS
FRUTOS DA TERRA
Publicado em
Poesia
Abílio Pereira de Carvalho
Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.