E a poesia
Sem fantasia
Sem engano
Mostra-nos simplesmente
O rosto
Da lua redonda, circular
Pujante de vida,
Resplandecente,
Lua cheia
Que já foi Crescente ...
Que já foi o contrário,
E que nesta sua rota milenar,
De quem foi a ideia?
Quem lhe deu tal fadário?
Sempre acorda e aparece
Do lado onde o Sol amanhece.
Saída todas a noites
Dos lençóis
Dobrados das montanhas
Onde adormeceu,
Lá, onde quer que seja
Para que toda a gente veja
Com as suas artes e manhas
Arranja-se e bonita, brilhante
Segue No Céu
A trajetória
Do amante
Calada e obediente.
E, desde que há memória
Numa fidelidade canina,
Na mesma cama adormece
Nos mesmos lençóis desaparece
Mortiça, sem cor, nem vida, ... velha.
Rompe a manhã
30 de Agosto.
E vejam o que de semelhante
Há entre o Sol, a Lua e a gente
Lentamente
Mal o amante
Mostra o rosto
Desaparece ela...
Ali
Naquele recorte de monte
Naquela linha do horizonte
Que vejo daqui
Da minha janela.
Abílio/agosto2015
domingo, 30 agosto 2015 16:39
Escrito por
Abílio Pereira de Carvalho
LUA CHEIA 2015
A LUA
Dois mil e quinze, é o ano.
29 de agosto
É a noite, é o dia.
Publicado em
Poesia
Abílio Pereira de Carvalho
Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.