EM 1917 SUBIR A SERRA ERA UMA AVENTURA
Tenho dito e repetido que, quando menino de escola, andava pelos montes de Cujó a guardar gado e, do sítio mais alto, a minha vista alcançava a linha do do horizonte da serra do Montemuro, ali se acabava o mundo. Para lá desse horizonte só a IMAGINAÇÃO e DESEJO. E sei, de pura verdade, que tanta gente das redondezas VIVEU e MORREU sem poder ir lá e além de lá.

Hoje, montado na minha MOTA, vingo-me da IMPOSSIBILIDADE de poder vê-la e conhecê-la nessa idade de aspirações e sonhos. Por isso, de quando vez, lá estou a limpar a vista e a ouvir a COTOVIA, o mesmo chilreio “arriba...arriba...arriba” que tanto admirava nos montes de Cujó. Tempos que lá vão, mas ciente, embora, haver conterrâneos, que nunca lá foram.
A ilustração que se segue é uma notícia publicada no jornal “O Castrense” de 1917. Por ela ficamos a saber que, ir às PORTAS DO MONTEMURO, era uma AVENTURA para poucos, ainda que muitos aspirassem a isso. Ora façam o favor de ler: