Com efeito, numa das cartas, cujo «fac-simile» aqui se reproduz (ainda que truncado para acomodação de espaço) com data de 1842, ficámos a saber que existia uma litígio entre a Câmara de Castro Daire de então e o proprietário do solar Aguilar, António de Lemos Teixeira Aguilar,  ligado com a «deslocação do pelourinho». Para melhor entendimento vejamos o texto digitalizado:
António  de Lemos  Teixeira  de Aguilar»
sobrado. Colocado em posição invertida indicia a intenção clara, por parte de quem dele fez uso, de querer esconder a sua identidade de pelourinho. Logo se verá e confirmará quando se desenterrar a sua "cabeça". O povo, sempre soube utilizar em proveito próprio, o património que as entidades públicas abandonaram aos «deus dará».. Em ambos os casos, Castro Daire e  Souto de Alva temos a prova material disso mesmo. Ainda bem que, seja numa adega, a cheirar a vinho, seja num curral de porcos, a cheirar a esterco, estes dois símbolos da justiça e municipalidade permaneceram de pé firme a sustentar as vigas de madeira onde assentam os caibros  para sobre eles se fazer o soalho e sobre este andar gente. É a história com gente dentro. O de Alva está em vias de sair do curral e mostrar o seu rosto ao mundo. Não tem de que se envergonhar. E isso deve-se, como já disse,  ao empenho e ás diligências do atual presidente da Junta, José Pereira de Almeida. O de Castro Daire, logo se verá. E, quando eu vir o executivo municipal está interessado no assunto, logo lhe direi onde é que ele se encontra, para entrar em negociações com o proprietário. Isto se, entretanto, os arqueólogos encartados o não desencantarem.
  	
    Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.