Mas deixo aqui, essa versalhada, para tornar límpidas as águas em que navego e, deixar claro que, não tendo votado no CHEGA, reconheço que os seus eleitores estarão cheios de razão para terem desistido dos PARTIDOS FUNDADORES DA DEMOCRACIA e se tenham deixado arrastar não só pela demagogia, mas também pela força de realidades sentidas e vividas, já a que esses mesmos partidos não deram resposta ou fizeram de «ouvidos moucos», dos sinais de descontentamento e desalento popular.
SOCIALISTA ME CONFESSO
NÃO. Não estou de regresso.
Há muito deixei o aparelho,
Mas quando me vejo ao espelho
Eu socialista me confesso.
Mas, mesmo que retirado
Das lides da festa e arruada
Cá por mim, cá pelo meu lado
Fiz o que julguei acertado
E, na sabedoria do povo confiado,
Somente a vitória eu esperava.
Engano meu, “sem espiga”
Como diria Dandy, O Crocodilo
E face aos resultados, a isto e aquilo
Do muito que tenho lido
Na política há quem se amanhe,
Ou nela, isso mesmo procura.
É um mal que não tem cura
Seja qual for o partido,
Digo-o sem quezília
Festejaremos o 25 de abril
Com a trilogia “Deus, Pátria, Família».
Na política há quem se safa
Ma política há quem se amanhe
Com atoardas e promessas.
Mas um só me estoira a garrafa
Do espumoso champanhe
Nesta noite de de muitas meças.
Abílio/10/03/2024
Não estou de regresso, nem vou transladar para aqui as crónicas que publiquei no meu site «trilhos serranos» sobre as ELEIÇÕES AUTÁRQUICAS DE 2013», onde questionei os, então, responsáveis pela FEDERAÇÃO DO PARTIDO SOCIALISTA DE VISEU, e o respetivo SECRETÁRIO GERAL sobre a ÉTICA REPUBLICANA que devia servir de COLUNA VERTEBRAL ao partido, aos seus militantes e concorrentes à gestão das «res publica»,
Não estou de regresso. Mas regressando aos meus arquivos encontro neles os males que vêm de longe. Os males da CORRUPÇÃO, do COMPADRIO, DO AMIGUISMO, DO CLIENTELISMO, DO NEPOSTISMO, tudo palavras e comportamentos que fui condenando nas muitas coisas que escrevi e se encontram dispersas em tudo o que é suporte de escrita e vídeo. Relativamente a todos os PARTIDOS.
E no que toca aquele em que militei e fui o responsável pela célula concelhia de CASTRO VERDE (Alentejo), na década de 80 do século XX, (Não existia ali uma SECÇÃO) e, na altura das eleições os responsáveis federativos de Beja, deslocavam-se lá e pescavam à linha, conforme lhes convinha, os elementos que deviam ir aos CONGRESSOS e aprovar a MOÇÃO que eles entendiam.
Não. Comigo não seria assim. O exercício da minha CIDADANIA não se coadunava com esses procedimentos. Tentei e consegui organizar a «CÉLULA PARTIDÁRIA CONCELHIA» e, após isso, o «congressista local» seria eleito e assembleia geral de militantes e não «pescado à linha».
Organizada a CONCELHIA, houve eleições autárquicas e, pela primeira vez, após o 25 de abril o PARTIDO elegeu um vereador para o EXECUTIVO e aumentou os deputados na Assembleia MUNICIPAL..
Redigi uma crónica, dactilografada à máquina (ainda não existia computadores) fiz um gráfico a régua e esquadro (ainda não existia a folha exel) e remeti tudo para a ACÇÃO SOCIALISTA, jornal caracterizadamente partidário.
E o número seguinte desse jornal chegou com a notícia que aqui se publica (primeira fotografia, em cima).
Eu tinha dividido a crónica em duas partes. Numa delas sublinhava a importância da BÁSICA ORGANIZAÇÃO PARTIDÁRIA e na outra «criticava» o comportamento da FEDERAÇÃO DISTRITAL seguido até então.
Era diretor da AÇÃO SOCIALISTA o cunhado do Dr. Mário Soares, Alfredo Barroso. E face ao facto do jornal somente aludir aos bons RESULTADOS ELEITORAIS obtidos no concelho omitindo a critica aos elementos FEDERATIVOS apressei-me a pedir uma EXPLICAÇÃO, numa carta enviada com aviso de receção, (fotos acima e ao lado) dizendo estar ciente (ironicamente o fiz) que que a OMISSÃO se deveria à falta de espaço pois excluída tinha a hipótese de ter sido qualquer ato «CENSÓRIO».
Não obtive qualquer resposta. Mas fiquei a saber que, por mais apregoada que fosse a «LIBERDADE DE EXPRESSÃO» trazida com o 25 DE ABRIL, nem tudo se podia dizer (mesmo na ACÇÃO SOCIALISTA) que fosse contra os DIRIGENTES.
Entretanto, e com essa lição aprendida, fui colocado em Castro Daire e transferi-me para a CÉLULA LOCAL, chegando a integrar a COMISSÃO POLÍTICA.
Depois, para não me alongar, cansado de «ver chover no molhado», saí do APARELHO. E continuo fora. «Não. Não estou de regresso. Mas, olhando-me ao espelho, socialista me confesso». E pronto a combater tudo o que for contra a DEMOCRACIA, nomeadamente todas as práticas a que aludi acima e que serviram de bandeira ao partido que me leva a usar a linguagem poplar: «chega para lá!». Não foi, portanto, por falta de advertência que os PARTIDOS fundadores da DEMOCRACIA levaram o país «ao estado a que chegamos».