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quarta, 07 agosto 2013 11:38

OS CAPADORES

Escrito por 

A LANCETA

 

Da lanceta, recordo a arte do experimentado capador, que andava por toda a parte a capar suínos, com ou sem dor. As verrugas tirava às porcas, elas não podiam mais parir e batendo a todas as portas, aos javardos e aos leitões,  p´ra eles não as poderem cobrir, extraí-lhes os «quilhões».

Foi uma arte que acabou, eu o digo com muita pena, pois, em boa verdade e, dito à fé de quem sou, bem precisa era ela agora,  p´ra capar os figurões que, sem dó nem piedade, nos roubam as nossas pensões.

Ó capadores, capadores, ó capadores aldeões de antigamente, não tardeis a voltar, ouvi o desejo de tanta gente, certos de que não vos faltará que capar, nem treino p´ra vossa mão.

Mas, atenção, passai ao largo de mim, pois eu e texto meu castrado, não.


Abílio/Agosto/2013

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.