II
Ó piedosos olhos que passais
Parai, olhai, pensai em mim
Que estou aqui
Pele empolada, desbotada
Abandonada, sem uso,
Eu, que vi, convivi
E testemunhei o fim
Do tear, da roca e do fuso,
Que aqueibei frio e vento
Dando saúde e vida
Aos donos da moradia
Levantada neste morro
Do velho «crasto»,
Como ele me vou
E se de guilhotina sou
Sem guilhotina morro
Não tardando que de mim
Nem rosto, nem resto, nem rasto.
Abílio-2013