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quinta, 01 agosto 2013 01:11

JANELA DE GUILHOTINA

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 JANELA DE GUILHOTINA

i

Semelhantemente

À lâmina que caía

Solta e decapitava gente

Em França

De guilhotina se dizia

Esta janela

Pela forma como ela

Se fechava e abria.

Assim o aprendi em criança.

 

II

janelas-parÓ piedosos olhos que passais

Parai, olhai, pensai em mim

Que estou aqui

Pele empolada, desbotada

Abandonada, sem uso,

Eu, que vi, convivi

E testemunhei o fim

Do tear, da roca e do fuso,

Que aqueibei frio e vento

janela-1Dando saúde e vida

Aos donos da moradia

Levantada neste morro

Do velho «crasto»,

Como ele me vou

E se de guilhotina sou

Sem guilhotina morro

Não tardando que de mim

Nem rosto, nem resto, nem rasto.

 

Abílio-2013

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.