Vivemos um tempo absurdo
De esquecimento, demência
Senão de medo,
Segundo apontam as sondas
Às quais devo
A avaliação que faço.
E neste nosso Portugal
Democrático
De percurso, ora certo
Ora errático,
Nunca tive
Lembrança igual
Na idade que já levo.
A verdade sucumbe à mentira
Que corre lesta e livre
Sem nó, nem laço
Dita repetidamente
Pelo feirante que vende
A banha da cobra
Que diz que dá, mas tira
(Isto é obra!)
E o escravo, o servo,
O povo, a gente
Crente
Sem memória
Delira
Frente
A quem tanto mente
De olhos postos na glória.
Não importa o esclarecimento
Importa é a vitória!
Ó que desalento!
Abílio/setembro/2015