E a poesia
Sem fantasia
Sem engano
Mostra-nos simplesmente
O rosto
Da lua redonda, circular
Pujante de vida,
Resplandecente,
Lua cheia
Que já foi Crescente ...
Que já foi o contrário,
E que nesta sua rota milenar,
De quem foi a ideia?
Quem lhe deu tal fadário?
Sempre acorda e aparece
Do lado onde o Sol amanhece.
Saída todas a noites
Dos lençóis
Dobrados das montanhas
Onde adormeceu,
Lá, onde quer que seja
Para que toda a gente veja
Com as suas artes e manhas
Arranja-se e bonita, brilhante
Segue No Céu
A trajetória
Do amante
Calada e obediente.
E, desde que há memória
Numa fidelidade canina,
Na mesma cama adormece
Nos mesmos lençóis desaparece
Mortiça, sem cor, nem vida, ... velha.
Rompe a manhã
30 de Agosto.
E vejam o que de semelhante
Há entre o Sol, a Lua e a gente
Lentamente
Mal o amante
Mostra o rosto
Desaparece ela...
Ali
Naquele recorte de monte
Naquela linha do horizonte
Que vejo daqui
Da minha janela.
Abílio/agosto2015