Ainda agora havia sol, ainda agora claro
Era o dia
Mas, não é em junho caso raro,
Fica escuro num repente
E os trovões, na sua sinfonia
De parceria com a chuva, que torrencialmente
Caía das alturas,
Vieram interromper
As silenciosas leituras
Em que eu fazia
De narrativas históricas
Cobertas de misérias e de glórias.
Fui ver.
A "chuivada" caía.
Era chuva de trovoada
Que, pelo vento embalada,
Sonora, benéfica, poética
(Tal qual se vê)
Bailava e cantarolava
Os seus versos naturais,
(Eles dirão o quê?)
Nos telhados e nos beirais.
E, nos quintais,
Como se fossem gente,
Dançarinas e contentes,
Agradecidas à Natureza
As ervas, as árvores e arbustos mais
Dançam harmoniosamente
Uma valsa de Veneza!
Não se molhe,
Mas, por favor
Veja melhor
Pare, escute e olhe!
Abílio/junho2015