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sexta, 15 abril 2022 19:08

MAR NEGRO

Escrito por 
MAR NEGRO


Mar negro, negro mar

Sempre teu nome assim ouvi.

As tuas cores nunca as vi

Nem nunca me interpelei a mim

O porquê de te chamar 

Tanta e tanta gente assim.

Eras negro e pronto, só isso.

Com esse nome me chegaste.

Diziam-no os livros de geografia

E durante séculos arrastaste

Esse teu nome de batismo.


Mas eis que, num só dia,


Melhor, num só instante

Num anacrónico tempo de guerra

Entre russos e ucranianos

Bastante mais negro ficaste

E ficarás muitos anos

Na história

Pois, sem glória,

Desapareceu da face da terra

O russo navio-almirante.


E tu, Mar Negro, ó negro mar

Negro te hei-de chamar

Tal como  eras antes da guerra.




Abílio/14/04/2022

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.