Primeiro foi «A Vaquinha», cuja cabeça foi inspirada na semelhança que o perfil geográfico do concelho de Castro Daire tem com esse animal. E depois foi a «Pena do Zé», ou seja, o esboço de um homem deitado, em forma de caneta, cabeça apoiada no braço, chapéu e barbas à «Zé Povinho», atitude de pensador, pala no olho a dar-lhe ares tanto e pirata como de Luís de Camões, pronto a debitar a crítica pelo aparo da caneta, ou seja pela ponta do pé, já que a «coltura» e o conteúdo das conversas, disputas e entretenimento do nosso Zé, de segunda a domingo, decorriam anos após anos, dos resultados conseguidos nos relvados com essas extremidades dos membros.
Quer num caso, quer noutro, como se tornou notório e público, a primeiríssima coisa que os assinantes do jornal liam eram os textos insertos nos pequenos balões dessas tiras mal amanhadas. Fosse pelo humor, fosse pela lei do menor esforço, não foram poucas as vozes que me fizeram chegar o seu lamento pelo facto de verem tais figuras desaparecem do periódico. Mas tudo tem um fim.
«A Vaquinha» tomou a palavra no decurso dos anos de 1993 e 1994, seguindo-se-lhe a «A Pena do Zé» que se prolongou pelos anos de 1994. 1996, 1997, 1998, 1999 e 2000.
Deixo aqui uma tira de «A Vaquinha» relativa ao ano de 1993, reportando-se às eleições autárquicas desse ano. E outra da «A Pena do Zé», relativa ao ano de 1997, reportando-se à forma como funcionava o aparelho do Partido Socialista, razão pela qual eu me afastei dele.