APESAR DE TUDO...PROSSIGO...

Retomo a notícia que publiquei no “post” anterior arrancada do jornal “O Castrense” de 1929. Lembram-se? Aquela que referia o projeto que os responsáveis dos “Caminhos-de-ferro do Vale do Vouga” tinham em mente e que era ligarem as povoações de S. Pedro do Sul a Lamego, via Castro Daire, por um dos dois traçados alternativos,  ainda em estudo. Dele deixei registo bastante ligado à reunião que, para o efeito, teve lugar nos Paços do Concelho.

APESAR DE TUDO...PROSSIGO...

Neste tempo, em que tanto se fala de mobilidade humana e do retorno aos “transportes ferroviários”, vem mesmo a calhar falar de um SONHO que, em 1929, se alimentou nestas terras do interior, hoje ditas “desertificadas”, "sem gente", de “baixa densidade demográfica”.

E, para isso, nada melhor do que botarmos mão aos jornais antigos, aos jornais do tempo, onde os SONHADORES DE PROVÍNCIA deixaram rasto em letra redonda, mais especificamente no jornal “O Castrense” impresso no prelo ALBION que, em 2014, sob a minha orientação técnica, foi restaurado e exposto no Museu Municipal de Castro Daire. Nunca me canso de dizê-lo, que mais não seja, para acirrar os ânimos de todos os que, sentados nas cadeiras do PODER LOCAL, preferem o escuro do “silenciamento” à iluminação da informação, da história e cultura da nossa terra. Ainda bem que nesta minha página não metem bedelho.

PASSADO VIVO

Quem navega nos suportes de escrita analógicos, que não só os trazidos pelas novas tecnologias (das quais faço uso, com muito proveito) cirandando pelas ruas e ruelas da nossa vila ou pelas suas povoações aninhadas na serra, tem sempre que contar, que divulgar e que aprender. Falo de livros e de jornais. 

GENTE DA TERRA - GENTE ESQUECIDA

Por sugestão do General José Agostinho Melo Ferreira Pinto, cidadão de Castro Daire, atento aos trabalhos que tenho andado a publicar sobre as «nossas terras e as nossas gentes», incluindo as pessoas mais graduadas e as mais humildes, interpelou o meu silêncio sobre o Doutor Albano Pereira Júnior (já falecido) natural de Santa Margarida, catedrático que foi da Faculdade de Farmácia de Lisboa.

 PROVOCAÇÃO INTELECTUAL

No tempo em que tanto se fala das «novas tecnologias» e das movimentações humanas, políticas, económicas e outras decorrentes do fenómeno «WEB SUMMIT» que abriu portas lá pela capital do reino, nem de propósito e à laia de «provocação» a minha EQUIPA DO FACEBOOK trouxe aos espaço das MEMÓRIAS a foto que alojei no meu mural, em 2012, relativa a uma velha máquia a vapor que acionava as mós de um «lagar de azeite» na velha serração da Soalheira, ali, na Vitoreira a mirar Castro Daire. Era no tempo em que, à míngua de relógios (bem ao contrários dos tempos que correm)  o «APITO» dessa ou de outra  máquina a vapor que ali laboravam marcavam a abertura e o fecho das lojas comerciais da vila de Castro Daire.

A história dessas máquinas a vapor está relatada no meu livro «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura», editado em 1995 (há muito esgotado), e, por isso mesmo,  é que me dei ao cuidado de publicar no Facebook uma «relíquia» sobre a qual discorri nesse meu livro. Assim:

TEMPOS IDOS

No meu livro “Julgamento” (romance histórico), editado em 2000 (esgotado), cujo enredo situei no último quartel do século XIX, coloquei o protagonista Meritíssimo Juiz, Augusto Prudêncio, recém-chegado a Castro Daire, a passear-se pela vila no dia da histórica feira quinzenal.

Recentemente, um dos meus filhos, passeando-se comigo nessas mesmas ruas, interpelou-me sobre até onde eu, na narrativa, fundira a história com a ficção, pois não via quaisquer sinais da feira por mim referida nas ruas que ambos pisávamos.

Expliquei-lhe que, em tempos idos, distendidos até à década de 80 do século XX (digamos, até ontem) a feira quinzenal do “Crasto”, tal como escrevi nesse livro, tinha lugar assegurado nas artérias do burgo vilão, havendo até posturas municipais  que demarcavam os espaços para os feirantes e identificavam os produtos postos à venda em cada um deles, por forma a que ninguém  pudesse furtar-se ao pagamento do “terrado”.

OS DOCUMENTOS E A HISTÓRIA

Entre essas transcrições dos muitos documentos que consultei nos arquivos de Castro Verde (Alentejo),enquanto ali fui professor na Escola Preparatória daquela vila, estão aquelas que se referem aos contratos de «arrematação» das pinturas dos quadros da Igreja da Sª dos Remédios.

 

OS DOCUMENTOS E A HISTÓRIA

 

A favor do primeiro transcreve parte de um termo de pagamento que eu lhe facultei exarado num dos livros da Confraria de S. Miguel. A favor do segundo afirma haver quem «atribua a feitura dos quadros ao pinto Diogo de Sousa», apoiando-se numa monografia de Loulé, onde se pode ler: «Diogo de Sousa, natural de Loulé,  pintor que foi mestre de Diogo Magina. Fez as pinturas da Igreja de Castro Verde no Alentejo e as batalhas de D. Afonso Henriques, que estão na Igreja dos Remédios da mesma vila». (pp 74)

» História

Igeja dos Remédios em Castro Verde

OS DOCUMENTOS E A HISTÓRIA

Por gentileza, a Câmara Municipal de Castro Verde fez-me chegar, muito recentemente, as edições que tem patrocinado. Li, com agrado, «O Termo de Castro Verde», vol. I, da autoria do Dr. João José Alves da Costa.

 

PATRIMÓNIO HISTÓRICO

Do meu livro «HISTÓRIA DE UMA CONFRARIA -1677-1855», editado pela Câmara Municipal de Castro Verde, em 1989, destaco para aqui o que nele escrevi sobre a «Fonte Santa de S. Miguel», baseado nos manuscritos que consultei, enquanto professor que fui na Escola Preparatória daquela vila, entre 1976 e 1982/83.

 

CAHIMITE=SALGUEIRO MAIA

Na minha crónica anterior, sob o título em epígrafe, a propósito da colocação de uma viatura CHAIMITE à entrada da vila de Castro Daire, junto ao Intermarchê, discorri sobre o nome da viatura e os episódios históricos para onde este nome remetia, e bem assim para as personagens envolvidas, um encontro entre Mouzinho de Albuquerque e Gungunhana, em 1895, em CHAIMITE.

GUERRA COLONIAL

Consulte-se qualquer livro de história, compendiada ou não compendiada, primária, secundária ou universitária,  ligada ao ESTADO VELHO ou ao ESTADO NOVO, consulte-se o GOOGLE e logo se descobrirá que a palavra CHAIMITE aparece necessariamente associada a MOUZINHO DE ALBUQUERQUE., e ao fim do IMPÉRIO VÁTUA, em Moçambique.

ESTRADA CASTRO DAIRE, CARVALAHAL, ALMARGEM e VISEU.

INTRODUÇÃO

Mesmo com a experiência viva de haver por cá quem se aproveita das fontes que cito nos meus textos, para aparecerem aos olhos do público como sendo eles a queimar as pestanas a descobri-las, retirando delas a informação necessária à elaboração de HISTÓRIA séria, nem por isso deixo de cumprir a básica regra académica e científica: identificá-las por forma a que todo o investigador sério das «CIÊNCIAS SOCIAIS» possa confirmar e valorizar a hermenêutica patente em tudo quanto faço, renegando a “atitude do chico-esperto” que, identificada a fonte por mim,  recorre, pelo telefone,  à solicitação de fotocópias tiradas dos documentos originais, omitindo os «trilhos» que seguiu para dar «ares de originalidade» nos trabalhos que publica.

É uma questão de ESCOLA e de MESTRES com quem aprendi, uma questão de respeito por mim próprio, pela ciência a que me dedico e aos estabelecimentos de ensino que me diplomaram em HISTÓRIA. Dito isto, avivada que fica a memória desses “oportunistas»,  eis, aqui o produto da investigação que me absorveu muito tempo a ler a «imprensa local»  de molde a retirar dela a informação sobre o tema em apreço, v.g. a abertura da  «Estrada do Carvalhal», um melhoramento rodoviário de incontestável valor a ligar a sede do concelho, a vila de Castro Daire, à capital do distrito, a cidade de  Viseu.

DEVER DO HISTORIADOR

Recebi agora mesmo um ALERTA GOOGLE com uma notícia do JORNAL DO CENTRO informando-me do evento local dito TRANSUMÂNCIA promovido pela Câmara Municipal. E o jornal cumpre o seu dever de informar. Para isso existe. Só que, desde o princípio, eu tenho do conceito TANSUMÂNCIA o real sentido histórico e já deixei o meu pensamento em texto e em vídeo. Não pensava voltar ao assunto, mas cá vai:

JOSÉ CLEMENTE DA COSTA

Há dias, por razões amplamente descritas e filmadas, regressei ao ano de 1933, para dar a conhecer (ou a lembrar) aos curiosos e estudiosos, o nascimento da EMPRESA GUEDES, uma espécie de BILHETE DE IDENTIDADE do concelho de Castro Daire. E basta atentar nos COMENTÁRIOS feitos pelos meus amigos, relativos ao texto e ao vídeo publicados, para concluirmos da EMPATIA dos castrenses que se manteve para aquém do fim da empresa,  enquanto MARCA CONCELHIA.

Mas mal andaria o HISTORIADOR se não recuasse a muitos anos antes e deixasse oculta a EMPRESA DE TRANSPORTES RODOVIÁRIOS que, NO FIO DO TEMPO,  antecedeu a GUEDES.. É trabalho que não me custa nada a fazer, pois ele feito ficou em 1995, no meu livro “Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura”, editado pela Câmara Municipal, há muito esgotado.

Ora, como manipulo, com alguma agilidade, as novas tecnologias, é só fazer “COPY/PASTE”, (copiar-me a mim próprio) e extrair do livro a matéria suficiente sobre o assunto, ilustrano-a, agora, com fotos que, na altura, não foram inclusas nas suas páginas. Faço-o hoje retirando-as do livro com o título A Vida de José Clemente da Costa», cujo autor é José Mário Clemente da Costa, familiar seu que, em boa hora, coligiu as imagens que eu aqui reproduzo, exceto o anúncio publicitário da inauguração da Carreira, em 1914, que extraí do jornal «A União» que, então, se publicava na vila de Castro Daire. Assim:

UMA PALHA E UMA AZEITONA

“Mas a juntar-se a tudo isto, eis a delicadeza de um “densímetro” artesanal feito com uma palha de 30 ou 40 centímetros de comprimento espetada numa azeitona. Peça singular, ei-la pronta a ser mergulhada na “tarefa” e informar o lagareiro da linha que separa a água do azeite. O azeite e o azinagre. Metida na vertical, vai abaixo, vem acima e, finalmente,  estabiliza a boiar por baixo do azeite e “em riba da áuga”. (CARVALHO, 1995, «Castro Daire, Indústria, Técnica e Cultura», pp. 214)

ANDANDO POR AÌ...

Quando em 1995, na sequência da minha licença sabática, publiquei o produto escrito dela, isto é, o resultado da “investigação aplicada” levada a efeito sobre a “arqueologia industrial” relativa a muitos moinhos e azenhas de azeite que laboraram no concelho, arrolei muitos desses equipamentos com o cubo na perpendicular e somente TRÊS com o cubo na vertical.

O MUNDO DE ONTEM

Lavrado numa pedra retangular, dois furos paralelos abertos interiormente na vertical, integrado num dos lados de uma poça, assente ao alto, vários nomes encontrei para designar a mesma coisa. E que coisa é essa? Nada menos do que uma peça utilizada no nosso sistema de rega tradicional, cuja cantaria incorpora, em si própria, muita imaginação, inteligência e arte humanas.

ARTES TRADICIONAIS

O fascínio da investigação feita fora da Torre do Tombo, das bibliotecas e espaços afins, chancelarias e cartórios notariais, longe dos manuscritos, escrituras e testamentos, peças recheados de mofo e ordens dadas pelo testador ao testamenteiro sobre a futura administração de heranças e legados pios, bens materiais terrenos testados em troca do bem-estar celeste, sobre muitos dos quais já queimei as pestanas em estudos anteriores. O fascínio desta investigação, dizia eu, está nas “estórias de vida” com hálito de gente viva, contadas pela boca das pessoas idosas, autênticas bibliotecas ambulantes abarrotadas de calor humano, formas de dizer, jeitos e trejeitos, recheadas de saberes, artes e técnicas com patine secular, transmitidas de geração em geração, por imperativo da polivalência laboral imposta pelas leis da sobrevivência e da governança.

UM FENÓMENO

Eis que eles, neste ano de 2019, eles, os nossos AUTARCAS, acordaram para o “25 DE ABRIL”. Acordaram tarde, muito tarde. E vou deixar aqui a prova pública disso. Desde que cheguei a CASTRO DAIRE (1983) sempre levantei essa bandeira, na ESCOLA, na imprensa e fora dela. Em meu redor, o SILÊNCIO TOTAL. Por isso desconfio da FESTA ANUNCIADA. Cheira-me mais a um EVENTO FOLCLÓRICO, do que à COMEMORAÇÃO FESTIVA de um EVENTO HISTÓRICO, tanto mais que conheço alguns dos intervenientes que sempre mostraram a sua ANIMOSIDADE à chegada da DEMOCRACIA e cantavam loas à DITADURA e ao Salazar.  Está-lhes no sangue. Não há rasto público de terem dado mostras do contrário. Eu me lembro. Ainda estou vivo. E ainda posso FALAR e ESCREVER, graças ao fim da CENSURA e ao privilégio do ao cidadão ser permitida a LIBERDADE DE OPINIÃO.

RITUAL DE VIDA E MORTE

Arrancado à loja, sita por debaixo do sobrado que sustenta as camas de dormir
ou as caixas de guardar milho ou centeio do proprietário, o cevado chega ao fim
da sua vida.

OUTEIRO DO VIEIRO

 Voltando aos Casais o Monte, terras de Moledo, lembrarei, agora, que, em 1758, o Abade desta freguesia não se referiu, apenas, às muralhas arruinadas do «castelo de S. Lourenço», lá no cimo do monte. Ele disse também o seguinte:

«CASTELO» DE SÃO LOURENÇO

Há dias estive no MONTE DE SÃO LOURENÇO, onde foi implantado um PARQUE EÓLICO. Fiz dois vídeos sobre esse equipamento produtor de energia limpa e aludi ao “reduto amuralhado” que ali existe, dizendo que já lá tinha estado em 2004 e 2008.

De 2004 é o texto que se segue, tal qual foi publicado no “Notícias de Castro Daire” e no meu velho site “trilhos serranos”, onde o fui buscar hoje mesmo, para este meu novo espaço online.

HISTÓRIA EDIFICANTE

Feita em 1954, digamos que a um “ai” dos anos da “independência da freguesia” verificada em 1949/1951 (civil e religiosa), o tio Domingos Pereira Vaz caprichou na sua feitura. E ela aí está para honra sua e orgulho nosso. Desconheço a madeira utilizada, mas que as suas mãos, manejando as ferramentas de carpinteiro/marceneiro, serrotes, plainas, formões, goivas e martelos, compassos e esquadros, projetaram, em talha, as suas geniais ideias, crenças, pensamentos e afetos, é verdade.

 VALOR E SIGNIFICADO DOS SÍMBOLOS

Todos aqueles que viram o meu vídeo feito recentemente sobre a IGREJA MATRIZ de Cujó, (DOCUMENTÁRIO HISTÓRICO alojado no Youtube) que mereceu os elogiosos comentários de António Martinho Santos Teixeira, natural da terra, a residir nos arredores de Viseu, Bártolo Ferreira, natural de Mões, a residir em Lisboa, e Nuro Carvalho, natural de Lourenco Marques, a residir nos arredores de Lisboa, todos se deram conta, certamente, de que referindo-me eu, pormenorizadamente, a quase todos os elementos presentes na narrativa, passei, como “gato por brasas”, sobre o arranjo vegetalista que ornamenta o frontispício da torre, não sem que o tivesse filmado devidamente e, assim, mostrado ao mundo. Nem podia deixar de ser.

IDA AO MUSEU

Passados oito anos após a crónica que deixei no meu velho site “trilhos-serranos.com”, relativa à inauguração do MUSEU DO CÔA, feita pela Ministra da Cultura, Gabriela Canavilhas, em 2010, crónica escrita após quinze anos dobrados sobre a polémica que teve eco na imprensa, nos cafés, passeios e mais sítios onde toda a gente botava opinião, uns em defesa da BARRAGEM, desvalorizando o achado arqueológico, e outros em defesa das GRAVURAS, valorizando-as como património ímpar da arte humana sobre pedra.

CASTRO DAIRE - PONTOS DE VISTA: AS GRAVURAS DO CÔA

30-07-2010 12:55:35

Passados 15 anos depois de tanto alarido sobre as gravuras do Côa, aí temos prontinho, inaugurado, hoje, dia 30 de Julho de 2010, o «Museu de Arte e Arqueologia do Vale do Côa».

GENTES DO MONTEMURO

Filho de Anabela Ramos, o batizado livro «Violência e Justiça Em Terras do Montemuro» foi dado à luz neste Ano da Graça de 1998. Tese de mestrado, com prefácio do Professor Doutor António de Oliveira, da Universidade de Coimbra, patrocinado pela Câmara municipal de Castro Daire, Governo civil de Viseu e Ministério da Cultura

A autora, espiolhando o Fundo Judicial de Castro Daire que, desde 1935, jazia inerte no Arquivo Distrital de Viseu, fez uma incursão por terras do Montemuro e arredores, passeando-se 112 anos pelos concelhos de Castro Daire, Vila Nova de Paiva, Cinfães, Rezende, Lamego, Tarouca, Armamar e Lafões. O livro custa  2.900$00 e tem a chancela da «Palimage Editores» de Viseu.

MALHAS QUE O DESTINO TECE

Ainda embrenhado na «Floresta ou Sylva» do Padre Manuel Bernardes, livro que morou, desde não se sabe quando, na minha terra natal, direi que gado, matagais, silvas, silvados, lameiros, campos lavradores e semeados, não faltavam nas redondezas. A agricultura e a pastorícias eram as atividades económicas predominantes.



PEQUENO MUNDO

Em 2003, em extensa crónica ilustrada, no "Notícias de Castro Daire" e no meu primeiro site Trilhos Serranos (antigo “.com”) reportei a chegada dos chineses a Castro Daire. Referi a morte do jesuíta Sebastião Vieira no Japão, depois de ter sido expulso do território e lá ter regressado, subornando com "metal sonante" os barqueiros que o levavam dali para fora.

 «O CASTRENSE» LIDO  POR MIM...

É notório este meu gosto pelo saber e divulgar saber. Uma das minhas fontes tem sido a imprensa local. Já escrevi um livro sobre ela a propósito do restauro do velho PRELO saido da «Fundição de Massarelos», no Porto, em 1855. Está no Museu Municipal. Peça única, em termos museológicos, os nossos vereadores da Cultura, são o que são. «E não se fala mais nisso»

EM 1917 SUBIR A SERRA ERA  UMA AVENTURA

Tenho dito e repetido que, quando menino de escola, andava pelos montes de Cujó a guardar gado e, do sítio mais alto, a minha vista alcançava a linha do do horizonte da serra do Montemuro, ali se acabava o mundo. Para lá desse horizonte só a IMAGINAÇÃO e DESEJO. E sei, de pura verdade, que tanta gente  das redondezas VIVEU  e MORREU sem poder ir lá e além de lá.

CUJÓ: RETALHOS DE HISTÓRIA - VIII

O censor do Santo Ofício que deu parecer favorável à impressão da «Nova Floresta ou Silva», como já vimos em crónica anterior, disse que não se tratava apenas de «um livro», mas de uma «livraria».

CUJÓ: RETALHOS DE HISTÓRIA - VII

Quando saí da Escola Primária matriculei-me logo, sem qualquer exame de admissão, nas cadeiras de Agricultura e Pecuária na Universidade da vida.

 
PATRIMÓNIO HISTÓRICO

A História aponta exata e pertinentemente o que está oculto na série, aparentemente caótica, dos acontecimentos quotidianos. A história local narra factos circunscritos, mas seleciona-os e valoriza-os, na medida em que estes factos se projetam no campo nacional, consideravelmente mais vasto».(Separata do «Boletim Informativo» nº 8 «História»,  Fundação C. Gulbenkian, 1962, pp 295)

TRAMAGAL - O MELHOR MUSEU EM 2018

«A História aponta exata e pertinentemente o que está oculto na série, aparentemente caótica, dos acontecimentos quotidianos. A história local narra factos circunscritos, mas seleciona-os e valoriza-os, na medida em que estes factos se projetam no campo nacional, consideravelmente mais vasto».Separata do «Boletim Informativo» nº 8 «História»,  Fundação C. Gulbenkian, 1962, pp 295)

QUEM  ESTUDA...APRENDE...

Em Moçambique (há quantos anos, senhores?) antes de andar por aí espalhada, por tudo quanto é MÍDIA, a lamúria "ALÁ É GRANDE", já ela retumbava nos meus ouvidos proferida por negros quando se julgavam injustiçados por isto ou por aquilo. Apelavam à Justiça Divina já a Justiça Humana estava para eles desacreditada. E parece que não apenas pelos nativos. É isso que vejo no texto que transcrevo de "Ronda de África" de Henrique Galvão. Um belo texto, se calhar para surpresa de muitos que o conhecem apenas como protagonista do assalto ao Santa Maria. A esses remeto-os para o Google a fim de se certificarem das suas andanças pela Política, pela História e Cultura. 

CUJÓ - A FEIRA MENSAL

Como escrevi no meu livro «Cujó, Uma Terra de Riba-Paiva», editado pela Junta de Freguesia em 1993, decorria o ano de 1927 quando uma comissão constituída por Salvador de Carvalho, Samuel Paiva e Pedro Duarte, diligenciou e conseguiu criar uma feira em Cujó a realizar todos os meses no «Largo das Carvalhas» = «Largo das Marinheiras», vizinho da «Eira da Fraga», no fundo do lugar.

UM NACO DE HISTÓRIA CONCELHIA

Quem tem tido a paciência de me acompanhar nestas minhas deambulações pelo nosso passado histórico, terá reparado que, apesar das múltiplas fontes, leituras e estudos citados em que fundamento as minhas dissertações, é recorrente eu citar as «Inquirições de 1258» e as «Memórias Paroquiais de 1758», isto por nesses documentos encontrar, não apenas alguns dos factos históricos que procuro, mas também preciosa informação toponímica e onomástica relativa à região que estudo.

INDÚSTRIA DE AZEITE - O LAGAR 

Segundo J. L. T. de Menêres Pimentel, em artigo, com o título «Technologia Rural», publicado na «Gazeta das Aldeias» no princípio deste século, o moinho de azeite terá derivado do «trapêto» romano, tipo de moinho caseiro movido por mão-de-obra escrava.

 HISTÓRIA VIVA

SEGUNDA PARTE

Mesmo assim, nesta SEGUNDA PARTE das minhas reflexões sobre as obras feitas no escadório, prossigo na minha lengalenga, repescando para aqui um texto que publiquei a propósito do «repuxo» que foi colocado no meio do Largo das Carrancas e julgo ser oportuno relembrar, pois,  como disse então e repito agora, aquela fonte só pode voltar a ter vida e a ser admirada, nestes tempos em que tanta gente sábia e empenhada no desenvolvimento do concelho, enche a boca PATRIMÓNIO, de TURISMO e de TURISTAS. Assim:

HISTÓRIA VIVA

PRIMEIRA PARTE

Fixar os olhos numa construção pública ou privada feita com material lítico (ponte, palacete, corrimão e balaustrada de varanda ou escadório de imponente solar vilão, de majestoso templo citadino, ou de simples escaleiras e varandas de modesta habitação rural campesina) não implica que o  observador   saiba o que é "partir pedra" durante a vida.

CASTRO DAIRE - PASSAGEM DOS FRANCESES EM 1808

09-04-2013 16:03:47

Sobre a hipotética passagem dos franceses por Castro Daire, em 1808, comandados por Loison, quero destacar dois textos não coincidentes nos factos que relatam e as incongruências históricas que os seus autores deixaram, sem se darem conta disso, seguramente. A. P. Marcelino diz que «Junot pernoitou na casa do Barão de Castro Daire» e Carlos Azeredo diz que «Loison jantou e pernoitou no Palácio das Carrancas da família Pinto Basto».

 

               A ALEGADA PASSAGEM DOS FRANCESES EM CASTRO DAIRE

 

Ora, como não tenho feito outra coisa senão investigar a História Local desde que retornei a Castro Daire e como «quem porfia sempre alcança» a questão do «barão» e sua família veio-me à mão, há muito tempo, e consta levemente do meu livro «Misericórdia  de Castro Daire» editado em 1990, e mais aprofundadamente no meu livro inédito «CASTRO DAIRE, CLERO, NOBREZA E POVO» do qual extraio os elementos que hoje uso para esclarecimento, não só do que disse A.P. Marcelino,  mas também Carlos Azeredo, no seu livro «As populações a norte do Douro e os Franceses. 1808-1809», editado em 1983) Ora vejamos:

              

     

1 - A.P. MARCELINO
 

«Tem Castro Daire um facto histórico notável que não podemos deixar ficar esquecido, pois é muito digno de ser arquivado (?) refere-se à passagem por Castro Daire de uma divisão francesa comandada pelo célebre general Loison que próximo desta vila pernoitou de 23 para 24 de Julho de 1808.

(...)
No sítio da «Feira das Vacas» e nos Campos de Santo António, foi tão encarniçada a luta que os franceses chegaram a desanimar e Azeredo [tenente João Paula de Azeredo] à frente dos conterrâneos, dando ordens e animando-os a prosseguir a luta, faz proezas brilhantes. Calcula-se que o exército francês tivesse cerca de 400 baixas, perdendo muitas bagagens, armamentos e munições e sobretudo várias preciosidades de ouro e prata que, sem dúvida haviam roubado nas terras por onde passavam e que aqui ficaram em poder de algumas famílias. O mesmo Loison foi ferido e bem assim o seu ajudante. Os próprios franceses admiraram a coragem do nosso povo.
No dia 25 de manhã saíram daqui 20 carros com feridos incluindo o próprio general. Dos castrenses também ficaram muitos feridos, mas não consta que nenhum morresse.
Também o general Junot havia passado nesta vila com um numeroso exército, fazendo muitas tropelias e vários roubos, sendo a sua gente quem roubou as lâmpadas de prata que havia em cada um dos arcos da igreja matriz e outros mais objectos, roubos e tropelias estas que muito contribuíram para excitar o povo e proceder como procedeu com o exército do general Loison, obrigando-o a pagar caro o mal que o seu antecessor tinha praticado. Junot esteve hospedado em casa do Barão de Castro Daire
. «O Castrense», Julho de 1916»

 2 - CARLOS AZEREDO

 «(..) O Boletim IV do comando de Junot, publicado na «Gazeta de Lisboa» de 14  de Julho de 1808, relata que Loison já perto da Castro D'Aire, fez frente a uma coluna de «insurrectos» que pôs em debandada, deixando 400 mortos no terreno.

(...)
De concreto sabe-se que a partir das proximidades da Póvoa de Juvantes, ou por desistência dos populares, ou pela reacção de Loison, este foi deixado em paz. O esgotamento das munições, o cansaço e o fim das provisões, todos estes factores devem ter pesado para pôr fim à marcha dos populares e, livre da sua incómoda escolta Loison pernoitou de 23 para 24 no campo, sobre umas alturas, junto ao caminho, com guardas forçadas.
A 24 atingiu sem novidade Castro D'Aire, onde pernoitou. A população de Castro Daire amotinou-se à aproximação dos franceses, tendo-lhes resistido no sítio da Feira das Vacas e nos campos de Santo António. Loison jantou e pernoitou no Palácio das Carrancas  da família Pinto Basto e as tropas acamparam na cerca - Outeiro da Forca
».(Carta da Câmara Municipal, Junho de 1983)

 Não cabe aqui dissecar todas as divergências dos textos deixados  por cada  um destes autores, ambos bebendo certamente na mesma fonte ou fonte próxima e diversa, como diversos eram os relatórios que sobre o mesmo acontecimentos ficaram, alguns deles denunciadamente eivados dos interesses promocionais dos seus relatores do que da objectividade dos factos relatados.  Mas destaquemos alguns desses aspectos:

 a) O primeiro, na ânsia de valorizar a nossa terra fez dela o palco de tão valoroso acontecimento, situando a  refrega na Feira das Vacas, exaltando a valentia dos castrenses que mataram 400 homens das hostes de Loison, com isso se vingando das tropelias e saques que Junot tinha feito pouco tempo antes na sua passagem por Castro Daire, «hospedado na casa do Barão de Castro Daire».

 E nesta  sua ânsia de pôr Castro Daire nas gloriosas páginas da Guerra Peninsular, o autor não se deu conta dos erros crassos em que incorria: em 1808 não existia nenhum «Barão de Castro Daire», e, até provaem contrário, Junot jamais terá passado por esta vila.

b) Das palavras do segundo se infere, claramente, que o recontro onde ficaram 400 mortos não foi em Castro Daire, embora dizendo que à aproximação dos franceses a população desta vila lhes tenha resistido no «sitio da Feira das Vacas e nos Campos de Santo António». E com as tropas acampadas «na cerca - Outeiro da Forca», Loison, vencedor, acomodou-se e jantou e pernoitou no «Palácio das Carrancas  da família Pinto Basto».

  Ora, deixando as não coincidências dos textos com os factos que relatam, se, relativamente ao primeiro sublinhei que, em 1808, não havia nenhum «barão em Castro Daire» para na sua casa pernoitar Junot, no segundo sublinho que, em 1808, o palacete das Carrancas não pertencia à «família Pinto Basto», para nele jantar e pernoitar Loison. Pertencia sim à família no seio da qual havia de nascer, em 1811, aquele que, em 1840, receberia o título de «Barão», Luís Malheiro Lemos e Vasconcelos.

E até prova documental em contrário, presumo que só depois da morte do Barão de Castro Daire, em 1878, o Palacete das Carrancas, passou para a família Pinto Basto, em cujas mãos se manteve até ser vendido a Bernardino Teixeira de Lacerda Pinto, depois da implantação da República, como amplamente documentei no meu livro «A Implantação da República em Castro Daire- I», editado em 2010.

 Abílio Pereira de Carvalho

AIVADOS - CASTRO VERDE (1562-1655)

Assisti, via TV, à cerimónia solene da "Abertura do Novo Ano Judicial".  Apreciei, sobremaneira, o introito que cada interveniente fez ao discurso que preparou antecipadamente,uma lista infindável de personalidades, todas muito dignas de referência e chamadas àquele ritual monocórdico que, só por si, é a prova provada de que a Justiça exige urgentemente uma reforma.

SEGUNDA PARTE - O ACESSO

Havia, como disse, um único acesso à fonte. Era (e é) o estreito caminho que os poderes públicos licenciaram e reservaram ao lado dos prédios que se levantaram ao longo dele, caminho com um troço ladrilhado e ornamentado com vasos, como se particular fosse. (Ver fotos). Ali não se distingue um «caminho público» de um piso de «varandim privado» e isso só pode dever-se ao zelo, licença e visão da engenharia municipal e zeladores da «res publica». Ou, então, de obras feitas sem licenciamento. Adiante.

PRIMEIRA PARTE - A RECUPERAÇÃO

Agora que as obras de recuperação da FONTE DA LAVANDEIRA (fonte pública que permaneceu esquecida durante anos consecutivos, quase subterrada com silvedos e lixo de toda a ordem) parecem ter chegado ao fim, devidamente sinalizada e limpa, mostrada que foi ao mundo por vídeos e textos que sobre ela fiz, em defesa de um BEM PÚBLICO, convém voltar ao ano de 2010 e deixar em, letra redonda, a saga que empreendi nesse ano. Primeiro, os documentos e depois o Mestre Zé Ferreiro que a ela me conduziram, para vermos o estado de  abandono a que foi votada pelos poderes públicos. É só esmiuçar as fotos que publiquei no meu livro "Implantação da República em Castro Daire-I", editado em 2010, e os vídeos que comecei a alojar no Youtube a partir de 2012.

HISTÓRIA VIVA

Em 1984 (MIL NOVECENTOS E OITENTA E QUATRO), aquando dos festejos do primeiro centenário dos BOMBEIROS DE CASTRO DAIRE, rematei o «OPÚSCULO» que então escrevi, a preceito, da seguinte forma:

HISTÓRIA VIVA

Era o que faltava. Eu, que me prezo de escrever «história com gente dentro», que me prezo de ter escrito, em  2007, o «historial de Fareja» no meu site «trilhos-serranos.com» (texto que abaixo transcrevo), silenciar-me perante a vitória que, AUGUSTO MARCELINO, natural desta aldeia, obteve nas recentes eleições autárquicas para PRESIDENTE DA JUNDA DA FREGUESIA DE CASTRO DAIRE. Ora leiam:

HISTÓRIA VIVA

 Com a presente crónica se põe fim à saga do desaparecido PELOURINHO DE ALVA. Ele voltou ao espaço público no dia 11 de Julho de 2017. Mas veja-se a sua longa caminhada.

HISTÓRIA VIVA

 PRIMEIRA PARTE

Quando, no dia 11-07-2017, fiz a entrevista à Senhora Dona Maria da Cruz, do Souto de Alva, sobre o "desaparecido" e ressuscitado PELOURINHO, disse-lhe, olhos nos olhos, que, «não sendo ela professora, acabava de me dar a mim, professor, uma lição» de história. E se alguém pensou que essas minhas palavras eram de circunstâncias ou de pura gentileza, enganou-se.

HISTÓRIA VIVA

INTRODUÇÃO

Numa atitude clara de divulgar e dar a conhecer (a quem ignora) a vida rural de outros tempos (por oposição à vida urbana dos tempos de agora) neste meu andarilhar, de podão em punho, pelo CAMPO DAS LETRAS por forma a nele abrir clareiras onde confluam conhecimentos, ideias, emoções e memórias humanas de quem tal viveu ou estudou,  no dia 07-07-2016 coloquei no meu mural do Facebook o seguinte desafio:

HISTÓRIA VIVA

É o quarto texto que escrevo sob o título em epígrafe para falar dos painéis de azulejos que, neste ano de 2017, foram descobertos atrás do CADEIRAL existente na Capela-mor da Igreja Matriz de Castro Daire.

HISTÓRIA VIVA

TERCEIRA PARTE

PAINEL DA DIREITA

Já vimos de que alegoria se trata, nada mais do que o salvamento de Pedro por Jesus de afogamento. Já vimos o enquadramento do painel e os elementos constitutivos.

HISTÓRIA VIVA

SEGUNDA PARTE

PAINEL DA ESQUERDA

Na I PARTE deste trabalho vimos o painel esquerdo no seu todo, bem como  o enquadramento e distribuição dos elementos nele inclusos. Façamos agora um pequeno esforço no sentido de percebermos essa distribuição e a postura de cada uma das figuras em relação ao motivo principal e central que ali os reuniu: «a entrega das chaves do reino dos céus" a Pedro(Mateus, 16:15-20).

HISTÓRIA VIVA

 PRIMEIRA PARTE

 Na capela-mor da Igreja Matriz de Castro Daire foram postos a descoberto (temporariamente e por razões de obras de restauro e conservação do cadeiral do coro baixo) dois painéis de azulejo pombalino, escondidos que estavam atrás daquela obra de talha barroca,  que integra, ao todo, trinta cadeiras distribuídas, simetricamente, por duas fileiras de assentos, nove na fila de trás e seis na fila da frente, bem como as respetivas misericórdias. 

REQUALIFICAÇÃO URBANA 

Castro Daire teve ou não Castelo (3)

Regressando a alguns números atrás deste jornal voltemos ao Inquérito mandado fazer por D. José I aos responsáveis por todas as Paróquias do Reino e às respostas dadas pelo Reverendo de Castro Daire.

 

REQUALIFICAÇÃO URBANA

Em 2005, depois de aturada e morosa investigação,  publiquei no «Notícias de Castro Daire» e também no meu velho site «trilhos serranos», alguns textos sobre o problema candente que há muito carecia de resposta.  Nessa altura onde é que andavam os pré-claros membros do atual EXECUTIVO MUNICIPAL, o que sabiam eles sobre o assunto, o que aprenderam eles (se é que aprenderam) e de que lhes valeu terem aprendido? 

Vou repor aqui alguns destes textos, pois isso me parece oportuno no momento em que, repito, o pré-claro EXECUTIVO MUNICIPAL dispõe de verbas no ORÇAMENTO destinadas à REQUALIFICACÃO /REABILITAÇÃO URBANA daquele núcleo histórico. A mim, que investiguei e publiquei o trabalho «pro bono» (a par de tantos outros) dá-me GOZO repescá-lo dos meus ARQUIVOS e trazê-lo novamente ao conhecimento do público, ciente de que esse meu GOZO será proporcional à URTICÁRIA de que sofrerão todos aqueles que bem gostariam de me ver calado. Aí vai, tal qual, a não ser a ilustrações:

HISTÓRIA VIVA

Em 2007, vejam lá há quantos anos (?) escrevi uma série de crónicas relativas à nossa INDÚSTRIA VILÃ  e nela entrava o fabrico do PAÕ. Ora, parecendo-me que o atual EXECUTIVO MUNICIPAL, no momento em que pensa «REQUALIFICAR/REABILITAR o BAIRRO DO CASTELO, precisa que lhe lembrem quais os «produtos culturais turísticos, ligados ao nosso PATRIMÓNIO HISTÓRICO EDIFICADO» aqueles que não podem ser delapidados, tal como se pensava fazer na ESCOLA CONDE FERREIRA, e bem assim os acessos pedonais que deixei em vídeos alojados no YOUTUBE  no ano 2012 (CANDEIA QUE VAI À FRENTE ALUMIA DUAS VEZES) aqui deixo, PRO BONO, o texto que publiquei no meu velho site, nesse mesmo ano. Esta foi, como se  vê, a crónica nº DOIS.

CASTRO DAIRE - O PÃO - 2

Na vila de Castro Daire, perto da igreja Matriz, na Travessa do Forno, fica exactamente o mais conhecido forno da vila: «o forno da Dona Maria do Céu». Construído em 1933, data desse ano o alvará passado em nome de João Frias Oliva, com a designação de «forno de padaria, só cozedura».

 

ESCOLA PRIMÁRIA «CONDE FERREIRA-1866» VIRA SALA DE VELÓRIO

Em 04 de dezembro de 2015 publiquei no meu site «www.trilhos-serranos.pt  (onde ainda se encontra alojada, é só investigar na página) uma crónica devidamente ilustrada sobre a PRIMEIRA ESCOLA PRIMÁRIA oficial que existiu em Castro Daire: a «ESCOLA CONDE FERREIRA, 1866», sita no Bairro do Castelo.

Mão amiga sabedora da minha postura pública perante a defesa e preservação do nosso património histórico material e imaterial, natural ou edificado, fez-me chegar o «PrtScn» de um texto retirado da Internet onde o meu nome é referido, numa espécie de apelo à minha intervenção sobre as obras que estão a realizar-se exatamente na ESCOLA CONDE FERREIRA, com vista a transformá-la numa «SALA DE VELÓRIO».

 

HISTÓRIA VIVA

 NO DEGREDO EM MOÇAMBIQUE

E Joaquim José Álvares, militar de carreira, pele curtida na Guerra Peninsular, não dorme em serviço. A maré política estava a seu favor e logo em 4 de Agosto desse ano, apresentou um requerimento aos «Senhores do Governo Provisório» a quem se queixa dos prejuízos causados pelo «degredo» em Quelimane, para onde  «despoticamente» o governo o havia transferido. Vê-se que queria ajustar contas com o ilustre Presidente «deste» Governo, por ele ter feito parte do «anterior» e, por conseguinte, dever ser ele a explicar as razões de tal procedimento. Ora veja-se:

 

 HISTÓRIA VIVA

 NO DEGREDO EM MOÇAMBIQUE

 

De facto, em princípios de 1834, foi nomeado para governador da colónia o capitão-de-mar-e-guerra, José Gregório Pegado, que só chegou a Moçambique em Outubro «encontrando a colónia a debater-se numa pavorosa anarquia governamental e administrativa».


HISTÓRIA VIVA

 NO DEGREDO EM MOÇAMBIQUE

E que tipo de administração tinha Moçambique à chegada de JOAQUIM JOSÉ ÁLVARES? Que «LEI E ORDEM» imperavam em tão afastadas  terras (com capital na Ilha de Moçambique) sorvedouro de uns tantos aventureiros esperançados em subir na vida, de outros tantos dispostos a prestarem serviço a Sua Majestade e outros mais criminosos e degredados que ali espiavam as suas penas?

HISTÓRIA VIVA

 DEGREDADO PARA MOÇAMBIQUE

Ainda que promovido ao posto de tenente por D. Miguel, como vimos no capítulo anterior, ele, recusando-se a aclamar este monarca como «rei absoluto» e, face a essa sua opção política, de pouco lhe valeu a sua brilhante e condecorada carreira militar conseguida até aí, como elemento ativo na Guerra Peninsular.

 

 HISTÓRIA VIVA

ADESÃO AO LIBERALISMO

Do espólio que recebi do bisneto, Fausto Figueiredo Feio Cardoso Girão, a residir em Castro Daire, herdeiro que foi da Quinta do Paço, em S. Martinho de Mouros e dos bens  pertencentes à sua avó, filha do General, fazia parte um livrinho de bolso (14x10cm), editado em 1797, com o título «Regimentos Militares», um autêntico «Vade Mecum) usado, seguramente, pelo militar, cujos traços biográficos estou traçando.

HISTÓRIA VIVA

Eis as últimas batalhas de um General que, depois de ter o peito cheio de medalhas pelos bons serviços prestados à Rainha e ao Reino, acabou a sua carreira militar acusado de nepotismo e coisas mais. Seria verdade? Ou ontem, como hoje, quando as pessoas se tornam incómodas, se lança sobre elas o labéu condenatório conveniente a quem acusa? No rascunho de uma carta manuscrita dirigida ao seu sobrinho «Francisquinho» a trabalhar, então, no Ministério da Guerra, ele deixa ver claramente que as acusações de que está a ser vítima, não só são falsas como injustas. 

HISTÓRIA VIVA

Quem tem acompanhado estas minhas reflexões e transcrições de  textos sobre os REGIMENTOS MILITARES (chegamos ao número NOVE, o número do meu alistamento como soldado) já percebeu que a organização das TROPAS no tempo de D. Sebastião e D. João IV sobre o  RECRUTAMENTO à força ou voluntário por este Portugal fora se foi alterando e adequando aos tempos. Não podia ser diferente no tempo do Príncipe D. João (futuro d. João v) que assumira a REGÊNCIA DO REINO, quando a sua mãe, a Rainha D. Maria I, enlouqueceu em 1792.

Já vimos, a propósito dos jovens de Cujó, (um aprendiz de ferreiro e outro pastor) que conseguiram escapar às mãos dos imprevistos recrutadores e, consequentemente, furtarem-se às  «vexações e violências que em casos de recrutamento violento se tem algumas vezes praticado», como reza o ALVARÁ, com força de Lei, assinado em 1797, diploma que empresta autenticidade aos dois episódios mantidos na MEMÓRIA ORAL.

BOMBEIROS DE CASTRO DAIRE



HISTÓRIA VIVA

Não é uma questão de tirar «esqueletos do armário». É uma questão de honra, do valor das palavras e das atitudes públicas assumidas, válidas a qualquer tempo. 
A imprensa tem dado nota de que a atual direção dos Bombeiros vai proceder judicialmente contra as anteriores direções, alegando que os dinheiros da instituição terão sido desviados para a« empresa do antigo presidente».  
Convém, pois, avivar a memória de muita gente que se julga honrada e séria, mas que «assobiou para o lado» aquando, em 2006, no «Notícias de Castro Daire», uma pessoa, colocando-se do meu lado, disse que se lhe afigurava haver «gestão danosa» por parte da Direção, face ao procedimento que teve sobre a edição do livro da minha autoria, o livro mais badalado em Castro Daire, mesmo sem cerimónia de apresentação. 
Deixo aqui o excerto da crónica publicada nesse jornal e no meu site «www.trilhos-serranos.com» para que conste e todos saibam. Na altura não havia Facebook: 

HISTÓRIA VIVA

Decorria o ano de 1645. D. João IV estava sentado no trono, a cinco anos da RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA. Havia que proceder à organização militar e reforçar a defesa nas fronteiras. 

Não vou falar das fortalezas que se construíram no seu reinado, mas omitir nesta série de crónicas que me dispus a escrever sobre a forma como se procedia ao recrutamento para a tropa, tomando por exemplo aqueles os dois mancebos que, em CUJÓ se não deixaram arrebanhar pelos recrutadores aparecidos de imprevisto, era um lapso meu de lesa coerência na linha do conhecimento e esclarecimento que resultam da investigação e das leituras afins à temática visada. Assim, aqui deixo:

HISTÓRIA VIVA

Retornamos aos Regimentos de D. Sebastião para melhor entendermos o avanço  introduzido posteriormente na organização militar e alertar para a importância do PODER LOCAL, quase sempre designado pela expressão OFICIAIS DA CÂMARA ou somente OFICIAIS, sendo, afinal, o que hoje chamamos o EXECUTIVO MUNICIPAL, também designado em alguns documentos por JUSTIÇAS DA TERRA. Num trabalho de investigação que levei a cabo em Castro Verde, que resultou no livro «História de uma Confraria, 1677-1855»  editado pela Câmara Municipal daquele concelho, em 1989, era essa a designação mais frequente atribuída ao Executivo Municipal e à sua nomeação pelo Rei, no qual o presidente assumia a função de Juiz. Para ilustração transcrevo o excerto seguinte:

HISTÓRIA VIVA

 

Nos TRILHOS SERRANOS que tenho percorrido em busca de conhecimento, durante anos, dias e meses, visando,  encontrar e divulgar saberes, odores e sabores camponeses, não raro tenho encontrado no terreno versões do mesmo assunto com ligeiras alterações nas narrativas. Por método, ouço, registo e não digo o que já sei sobre a matéria que investigo, por forma a não influenciar o informante. E esse procedimento conduz-me, por regra, a várias versões, permitindo-me, seguidamente, o cotejo delas e, desse modo, chegar ao que julgo ser o «essencial» de uma narrativa sobre algo que efetivamente aconteceu no passado e que permaneceu na literatura oral, durante séculos.

HISTÓRIA VIVA

Como disse no apontamento precedente, vários cidadãos da Freguesia de Mões, apresentaram-se na sala de reunião da Junta, no dia vinte e nove de setembro de 1940, para ali dizerem da sua justiça.

Era seu propósito contestarem a informação que a Junta havia prestado ao Senhor Presidente da Câmara de Castro Daire, Dr. Abel Poças Figueiredo, sobre o baldio da Reboleira, ilibando o antigo Regedor e Presidente da Junta de se ter aproveitado dele, em prejuízo dos mais moradores.

HISTÓRIA VIVA

Na crónica anterior "REGIMENTOS MILITARES, 6" falei na delação premiada, v.g. parte do dinheiro da pena aplicada aos revéis reverter para o ACUSADOR, ou seja, o produto em numerário da pena a que estava sujeito todo o "vassalo" d'El-Rei D. Sebastião que se furtasse a integrar a ORDENANÇA, a tropa dispersa pelo Reino, com Rei, mas sem Roque, nem quartel.

HISTÓRIA VIVA

Estamos no ANNO DOMINI 1570. E D. Sebastião, recorrendo aos eficientes meios de comunicação coletiva da época (à Internet do seu tempo, os sinos das igrejas) a fim de, pela melhor forma, se processar o "ajuntamento" das tropas integradas nas ORDENANÇAS dispersas pelas cidades, vilas e aldeias de Portugal, tropas sem quartel, com Rei, mas sem Roque, com muitas rocas a fiarem o linho e a lã com que vestia o Reino camponês que ele governava e com quem contava para icombater os Mouros em Marrocos. Não era ainda o tempo dos quarteis, das casernas, das camaratas, tempo do clarim  a tocar a "alvorada" e a "silêncio". E quantos militares fizeram a tropa, a guerra, com galões, divisas ou sem coisa nenhuma, sem saberem nada disto? Enfim, D. Sebastião  determina:

TROPA, 6 - PRAGMÁTICA DE D. JOÃO V, 1735

O FILÃO

Já, há tempos, deixei neste meu  espaço um texto em que falei de filões, de minas e poços abertos nos montes em redor da minha aldeia. Falei de camponeses que, no pós guerra, gasómetro numa mão, ferramentas na outra, ainda perseguiam o veio subterrâneo de volfrâmio até ao seu esgotamento. O minério comprado por ingleses e alemães para fabrico das armas manejadas pelos militares na Guerra.

TROPA, 5

Retomo aos "REGIMENTOS" de D. Sebastião para acrescentar uma informação absolutamente indispensável à compreensão da forma de "recrutamento militar" neles previsto. Diz respeito às NOTIFICAÇÕES dos "vassalos" que, habitando no Reino, não importa em que cidade, vila ou aldeia, se recusavam  a incorporar a ORDENANÇA e fugir aos recrutadores.

TROPA, 4

E creio ter chegado ao ponto que me levou a reler os REGIMENTOS  de D. Sebastião, para refletir sobre a expressão "tropa-fandanga". Necessário é, todavia, darmos um salto do século XVI para o século XVIII e, já agora, até aos nossos dias. 

Vimos no juramento do capitão-mor que ele assinou "por sua mão". Está-se mesmo a ver que, por este Reino afora, seriam muito poucos os que tinham privilégio de saber ler e escrever. É tema que para a maioria de nós não precisa demonstração. É só lembrar o grau de analfabetismo que existia nos meados do século XX.

A TROPA, 3

No meu livro "Cujó, uma terra de Riba-Paiva" editado em 1993, deixei dois episódios registados na tradição oral relacionados com fuga ardilosa de dois mancebos ao recrutamento militar em tempos distantes, quando foram surpreendidos pelos recrutadores aparecidos de imprevisto. E, face à forma como tal se fazia, não custa nada emprestar-lhe autenticidade. Vejamos mais um trecho do REGIMENTO:

TROPA, 2

JURAMENTO. Repare-se como ele começa. "Eu foão" (não é gralha, nem engano) é tão só o "F..." que chegou às minutas das nossas repartições, a iniciar qualquer documento. Lembram-se? Aí vai:

A TROPA, 1

Nesta página de militares para militares, com a aceitação civilizada de nela colaborarem alguns civis, entre os quais me conto, na sequência de uma extensa crónica que publiquei no meu site sobre a NOBREZA DE MÕES (Castro Daire)  na qual menciono o CAPITÃO-MOR daquela vila, não pude deixar de reler os "Regimentos Militares" Tomo II, Lisboa, 1797, nos quais me veio à lembrança expressão "topa-fandanga"  que, de quando em vez, o meu pai, lá na aldeia, usava para caracterizar algo desorganizado. O que não acontecia, seguramente, com as tropas que gastaram as solas na região de Tete e noutras terras de Moçambique.

HISTÓRIA VIVA

Na crónica anterior aludi ao estatuto social e funções desempenhadas por D. Henrique de Azevedo Faro Noronha e Menezes: «moço fidalgo», «fidalgo da Casa Real», «juiz de fora em Mirandela», «Governador Geral em Beja» durante o «Governo Liberal», deixando em aberto e ao raciocínio do leitor que a vida não era fácil até para a «nobreza» do Reino. Basta só ter em atenção as distâncias e os meios de transporte.

HISTÓRIA VIVA

 Falar das casas brasonadas de Mões, concelho de Castro Daire, leva-nos a viajar não só no tempo, mas também no espaço. Leva-nos ao século XVIII e ao concelho de Resende, a S. Martinho de Mouros e entrar no solar da Soenga para conhecermos um dos seus proprietários: D. Joaquim de Carvalho Cabral de Azevedo Menezes, nascido a 30-01-1758, ano em que o Marquês de Pombal mandou circular pelas paróquias do Reino um inquérito, visando saber aspetos de carácter geográfico, demográfico, hidrográfico, religioso e, eventualmente, estragos resultantes do terramoto de 1755.

HISTÓRIA VIVA

No monte mais elevado ao lado da vila de MÕES (cota 709 metros de altitude), digamos que símile do GÓLGOTA bíblico (1), levanta-se o fragmento de um monumento, à primeira vista, enigmático. Trata-se de um fuste octogonal amputado com sinais evidentes de sobre ele ter assentado a parte que falta, também octogonal. Tem por base três degraus do mesmo formato, assentes num penedo de raiz a sair do solo, semelhante à calote superior de uma caveira. (ver foto mais abaixo).

MEMÓRIAS VIVAS

Nas duas crónicas anteriores sob o título em epígrafe, em torno do CRUZEIRO comemorativo dos CENTENÁRIOS DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL (1139) e da sua RESTAURAÇÃO (1640) levantado no MONTE DA CABEÇA, em 1940, falei de HISTÓRIA autêntica com gente dentro. Falei do usufruto comunitário desse monte pelas populações circunvizinhas e disse que Santa Margarida era COVELINHAS no século XIII e que VILA POUCA, em 1758, era SÃO PAIO, tal como escreveu o Padre Encomendado Patrício Costa Peixoto, ao identificar e descriminar os templos e oragos que existiam na Paróquia de Castro Daire, dentro da vila e fora dela.

MEMÓRIAS  VIVAS

Na crónica anterior, com o título em epígrafe, reportei-me ao imponente CRUZEIRO granítico levantado no MONTE DA CABEÇA (ALTO DA CABEÇA) em satisfação do ensejo patriótico do ESTADO NOVO que, em 1940, mandou erigir em tudo o que era território nacional, aldeias, vilas e cidades, freguesias e paróquias monumentos alusivos à INDEPENDÊNCIA de PORTUGAL (1139), à RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA (1640) e, naturalmente, glorificação ao regime vigente (1940), saído da Revolução de 28 de Maio de 1926.

MEMÓRIAS VIVAS

Neste ano de 2016, ano em que por um GOVERNO DAS ESQUERDAS, foi reposto o FERIADO NACIONAL DO PRIMEIRO DE DEZEMBRO, extinto por um GOVERNO DAS DIREITAS, mostrando os respeito que os membros de tais Governos têm pela HISTÓRIA e valores pátrios, apetece-me trazer aqui, mesmo ao findar o ano, umas das medidas emblemáticas do ESTADO NOVO, relacionada com  INDEPENDÊNCIA E RESTAURAÇÃO DE PORTUGAL.

MESINHA DE CENTRO

Era uma peça de arte feita em pau preto, estilo indo-português. Tampo inteiriço, oitavado, na parte superior tinha desenhos em alto relevo lavrados por anónimo mas exímio artista no manejo da goiva, do formão e das ferramentas cortantes afins. 

Na parte inferior tinha um rebordo saliente para encaixar e para manter firmes as oito faces laterais rendilhadas. Cada uma tinha cerca de 50 centímetros de altura e 20 de largura. Eram faces articuladas e, retirado que fosse o tampo, elas dobravam-se sobre si próprias, assumindo uma forma plana de fácil acomodação e transporte.

MEMÓRIAS E DOCUMENTOS

É óbvio que os meus amigos (pouco atreitos às futilidades facebookianas diárias) sabedores e atentos «ao dito» e «não dito», repararam que ao título destas duas crónicas  «QUARENTA ANOS DE PODER LOCAL» falta o apêndice «DEMOCRÁTICO». Não se tratou de um lapso meu. A questão é que, por força dos preceitos constitucionais e leis deles decorrentes, ainda que o «PODER» tenha sido devolvido ao «POVO» através das eleições, «PODERES LOCAIS» houve (e há) que de «DEMOCRÁTICO» têm apenas a forma como foram atingidos. E claro está que não me refiro exclusivamente às «AUTARQUIAS». A «DEMOCRACIA» e a forma de chegar ao PODER alargou-se a muitas outras instituições nacionais. E creio todos hoje saberem quanto «compadrio», «clientelismo», «nepotismo»  e outros «ismos» enxameiam o país inteiro a coberto de eleições,  passados que são QUARENTA ANOS de «DEMOCRACIA REPRESENTATIVA». E ninguém ignora também  o grau de «CIDADANIA» refletido na «abstenção» verificada em cada ato eleitoral, v.g. eleições europeias, legislativas, autárquicas e demais instituições existentes.

MEMÓRIAS E DOCUMENTOS

Há dias, proveniente da ASSEMBLEIA MUNICIPAL DE CASTRO VERDE, assinado pela sua digníssima  "Presidenta", Maria Fernanda Coelho do Espírito Santo,  recebi um CONVITE para estar presente na «SESSÃO EXTRAORDINÁRIA DA ASSEMBLEIA MUNICIPAL EVOCATIVA DOS 40 ANOS DO PODER LOCAL DEMOCRÁTICO», a realizar-se no dia 12 p.f., CONVITE esse que se deveu, não só ao facto de eu ter integrado aquele órgão autárquico como membro eleito nas lista do PARTIDO SOCIALISTA, mas também e certamente, porque, durante alguns anos, exerci a profissão de professor naquele concelho, onde deixei familiares e amigos.

O NOSSO PATRIMÓNIO E OS SEUS TRATOS

Classificado «monumento nacional» por decreto nº 23.122 de 11-10-1933, (Alberto Correia, in «Castro Daire, Roteiro Turístico»,1987), o Pelourinho de Alva, vá lá saber-se quando, por quê e por quem, foi retirado do lugar público arejado onde se encontrava,  deixando de ser o símbolo da JUSTIÇA e da MUNICIPALIDADE, para ser metido num  curral a servir de suporte a uma trave de sobrado, numa casa em Souto de Alva. Prisioneiro e condenado a viver no escuro (nos pelourinhos, antes deles passaram à fase simbólica da Justiça, eram presos e expostos os delinquentes sociais,ao ar livre, em plena luz do dia) ali permaneceu durante décadas no escuro até ao momento em que foi resgatado v.g. no p.p. dia 22-11-2016.

OPOSIÇÃO À DITADURA

No texto que escrevi com o título «AMOR EM TEMPO DE GUERRA» cujo protagonista foi Aurélio Alexandre Pinto, um militar integrado no «CORPO EXPEDICIONÁRIO DE MOÇAMBIQUE» na última «GRANDE GUERRA» disse que ele pertencia a uma família grada de Castro Daire. Grada e politicamente envolvida na vida pública, antes e depois do 25 de Abril de 1974. 

OS ARES DO ÍNDICO

Natural de Castro Daire, Aurélio Alexandre Pinto integrou o «CORPO EXPEDICIONÁRIO» que, na "«SEGUNDA GRANDE GUERRA" embarcou para Moçambique. Esteve em Lourenço Marques e dali navegou para  «NOVA GOA, ÍNDIA PORTUGUESA»,  terras donde escreveu assiduamente para a família. São cartas dirigidas  à sua  MADRINHA e também sua MÃE, com a datas de  1940 a 1946

HOMENAGEM AOS MESTRES DA FORJA, DO MALHO E DA BIGORNA

Em cada uma das grades, o gosto do primeiro proprietário do prédio, o sentido estético do mestre ferreiro para quem o ferro não tinha segredos. Constato que alguns desses mestres, além de manejarem o malho e a bigorna melhor do que eu algum dia manejei a caneta e o teclado do computador, mesmo sem nome, deixaram-nos provas evidentes de serem artistas de renome. 

HOMENAGEM AOS MESTRES DA FORJA, DO MALHO E DA BIGORNA

Virando costas às "QUATRO ESQUINAS" e seguindo  ESTRADA NACIONAL N. 2 abaixo, em direção ao Coreto, deparamos com a casa de pedra que é propriedade atual do Dr. Jorge de Melo Ferreira Pinto. 

HOMENAGEM AOS MESTRES DA FORJA, DO MALHO E DA BIGORNA

Mas retornando ao Largo Espírito Santo (Feira das Galinhas) e subindo  Rua Direita acima, desembocamos na Praça Aguilar, a Praça, onde, em 1844, foi levantada a forca para dar fim a um dos assasinos do Padre  Bizarro (liberal), um dos três miguelistas de Farejinhas que, nos arredores de Folgosa, em 1840, lhe fizeram uma espera e resolveram, ali mesmo, secar-lhe o céu da boca, de modo a que ele nunca mais fizesse um sermão,  tal como  já espliquei, pormenorizadamente,  em textos anteriores. 

HOMENAGEM AOS MESTRES DA FORJA, DO MALHO E DA BIGORNA

Dito isto, ao lado da Igreja Matriz, e também à sua frente, temos dois magníficos exemplares de arte forjada. 

HOMENAGEM AOS MESTRES DA FORJA, DO MALHO E DA BIGORNA

Quando, em 12 de setembro de 2011, alojei no Youtube o vídeo com a entrevista que fiz ao senhor António Viriato, um dos últimos "artistas do ferro" de Castro Daire, com oficina montada nas traseiras da Igreja Matriz, vídeo que, em 07-11-2016, somou 11.792 visitas (ainda disponível naquele site com o título "CASTRO DAIRE - O FERREIRO") era meu propósito fazer um REGISTO FOTOGRÁFICO das muitas obras de "ferro forjado" que, pintadas ou enferrujadas, com as marcas próprias do tempo, persistem em manter-se firmes e hirtas, assentes nas portas e nas varandas das habitações da nossa vila. 

A PETISCADA - 2 

Gosto de carneiro assado

Gosto de couve flor

Gosto de queijo e pão

Gosto de vinho e licor

ANTÓNIO JOSÉ LOUREIRO DE ALMEIDA

Na crónica anterior sobre o "PELOURINHO DE CASTRO DAIRE" aludi ao tabelião Inocêncio Teixeira do Amaral, em cujo escritório, em 1863, foi feita a escritura de compra das três casas contíguas ao adro da Igreja pertencentes a António José Monteiro Lemos,  José o Ferreira Simões e João da Cunha,  para se arranjar espaço suficiente com vista à construção do Hospital da Misericórdia. O negócio, devidamente autorizado pelo Rei, foi feito tendo  o primeiro morador recebido 72$00, o segundo 60$000 e o terceiro 55$000. Refiro isto tudo, circunstanciadamente, no meu livro «Misericórdia de Castro Daire» , editado em 2000, nas páginas 38-39.


PRIMEIRO

Tal como se vê em livros, roteiros e folhetos turísticos sobre a história de Castro Daire tem-se considerado pelourinho municipal  o  cruzeiro de calvário que se encontra no Bairro do Castelo, aquele que, em data não apurada rigorosamente por mim (mas que presumo ter sido na década 50 do século XX, baseado em informações idóneas e na minha própria memória que me lembro tê-lo visto lá, numa das minhas deslocações à vila, com os meus 12 ou 13 anos de idade) foi deslocado para ali do sítio onde originariamente se encontrava, que era no «cimo de vila» entre as capelas de São Sebastião e da Senhora da Lapa, ambas vizinhas do solar brasonado dos Mendonças. 

CUJÓ E AFONSO HENRIQUES

Nós, nascidos e criados em Cujó, desde cedo aprendemos que o MANCÃO fica lá em cima, no alto, naquele outeiro, onde se cruzam o caminho que de Cujó leva às Monteiras (atualmente uma estrada asfaltada) e o velho caminho de terra batida que, de Farejinhas, passando pelo Chão do Irão acima, leva a Várzea da Serra e a Lamego.