Hoje, às 4,30 h. da madrugada chovia. Não era ainda dia, mas eu, na cama aconchegada (forçado e acordado por aquele momento de prazer a que a natureza obriga, expelir com gosto o líquido contido na bexiga), ouvia o som dos pingos a cair no telhado e o cantarolar da chuva a deslizar na caleira de alumínio presa no beiral, tal como quem mija. Em ano de seca, sem igual, e de tanta espera de chuva, dentro do que faço e sei, forçoso era não ficar muda a minha câmara de filmar e dar a notícia. Dei. Sem malícia, peguei no equipamento, abri a janela virada a nascente, fiz o enquadramento da imagem e cliquei. O registo ingente foi feito e só depois disso me abeirei da sanita e "jjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjjj" ali me consolei, uma vez mais, de escrever, ouvir e ler essoutra poesia que é mijar "jjjjjjjjjjjjjjjjj...jjjjj....jjjj...jjj...jj...j...sem auxiliares para isso. E ingratos considero eu os escritores e poetas que omitem em trabalho seu, o saudável gozo do esguicho, de menina ou de menino, capaz de fazer girar um moinho e bem assim o esforçado ping...ping...ping ...do idoso - é o fim - lacrimejar do biling universo lido e andado, poesia, vivida, sentida, lembrada, hino à vida não escrito em verso, nem prosa rimada. Ping...ping...ping...