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quarta, 18 outubro 2017 12:28

GENTE DA TERRA XI - FOGO QUE ARDE SEM SE VER

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VEM AÍ O DIABO

À semelhança do que se fazia em tempos de Monarquia, atribuindo "cognomes" aos reis, se eu pudesse atribuir um cognome ao atual Presidente da República seria o de "O POPULAR". Com efeito, deslocando-se assim de povoação em povoação, a abraçar e a beijar as pessoas, assim no meio do povo, só D. Pedro, "O JUSTICEIRO, também dito "O CRUEL", de quem reza a história que, mal ele cheirasse uma rusga popular a passar na rua perto dos aposentos reais, levantava-se da cama e corria a juntar-se a essa rusga e dançar e a participar na folia, mesmo em vestidos de dormir.

 - Vem aí o diabo,

A expressão tem autoria e sabe-se o quanto ela foi glosada pelos nossos críticos e humoristas políticos encartados. Era a economia, o desemprego, as finanças, a dívida pública tudo a piorar com a governação da "geringonça". O que não perspectivaram esses políticos e humoristas foi que em vez de vir o diabo aparecer, em pessoa, forquilha em punho, trouxe o inferno e incendiou o país de norte a sul, consumindo haveres, animais, corpos e almas de animais e de pessoas.

2 RedE foi o "aqui d'el-Rei", foi a "assuada" pública contra o Governo, contra a Ministra, contra a Protecção Civil e, em alguns lados, contra os Bombeiros. E foram denunciados, no "SEXTA às 9" as falsas licenciaturas dos dirigentes que obtiveram o "grau académico" por equivalência. Eram comandantes ou tinham sido comandantes. Mas sobre BOMBEIROS e sua ORGANIZAÇÃO, eu já falei muito num livro de 500 páginas, feito "pro bono", a favor dos Bombeiros, cuja história correu no "Notícias de Castro Daire" e no meu site TRILHOS SERRANOS. Ele deu e dará ainda muito que falar.

-Vem aí o diabo!

O Presidente da República entrou na liça, deslocou-se às localidades, ouviu as "populações" e ontem à noite falou ao povo português. A sua palavra foi uma "acendalha" atirada para a Assembleia da República. É ali que reside a solução. Ou medidas concretas contra o diabo e contra o inferno, ou "geringonça" fora. E contra o diabo nada melhor que uma "moção de censura" levada por uma deputada democrata-crista de "crista levantada".

E mais uma vez, vamos ouvir os brados contra a "incompetência", o "amiguismo", o "compadrio", o clientelism", o "nepostismo" e o "falhanço" dos nossos governantes na tomada medidas atempadas na "defensão" da "coisa pública".

Pois. Vem aí o diabo!

Só que os nossos governantes nacionais e locais (ditos autárcas) desde há muito que se rodeiam de "incompetentes", desde há muito praticam o "compadrio", o "amiguismo", o "clientelismo" e o "nepotismo".

Monsto-1 2No que respeita a Castro Daire os casos foram flagrantes. O ex-presidente da Câmara, Fernando Carneiro, apesar de por mim ter sido alertado não se desvinculou e, por isso, tornou-se conivente com o candidato à Junta da Freguesia de Mões, em 2013, que distribuiu um folheto de campanha com uma MENSAGEM DE APOIO, com o meu NOME e o meu ROSTO, rotundamente falsa. Nunca subscrevi tal MENSAGEM. Tudo valia em política. O próprio Secretário Geral do P.S., então, A. J. Seguro, a quem levei o caso em CARTA ABERTA, através da FEDERAÇÃO DE VISEU, idem, idem, aspas, aspas.

Pois. Vem aí o diabo!IMG 2130 - Cópia

Como? Sob que aparência? A política do compadrio, do amiguismo, do clientelismo e do nepotismo é "fogo que arde sem se ver" e ele aí está à vista de toda a gente. A nível local - Castro Daire - que eu saiba (talvez por ignorância minha) muitos dos que por aí hoje levantam a voz "sem medo" não me acompanharam nessa batalha de denúncias. Mostraram-me o seu apoio com alguns "likes", pegados aos textos que escrevi...mais nada. Tudo porque, segundo críticas "anónimas" que proliferavam, de esquina em esquina, temiam ser lançados à "fogueira" ao "inferno" da perseguição, da exclusão, da vingança, por parte de quem detinha o poder, do Presidente, paradoxalmente leitor devoto das epístolas de Paulo aos gentios. Ironia, das ironias. Paulo dispensou o leitor das suas epístolas e a partir das eleições de 01-10-2017, assumiu a palavra diretamente.

Vamos lá ver se ele afasta a "o fogo que arde sem se ver", isto é, se afasta da autarquia a política do compadrio, do amiguismo, do clientelismo e nepotismo. Se não o fizer, pode estar alerta que o "diabo chegará" sempre disfarçado, seja de que forma for.

 

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.