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domingo, 16 abril 2017 17:08

EXPLICAR O ÓBVIO: DIFÍCIL MISSÃO

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1 - A FONTE

Difícil  missão é explicar o ÓBVIO, seja quem for e a quem for. Perguntar a qualquer pessoa adulta para que serve uma FONTE é, naturalmente, um ATENTADO à sua inteligência, ao seu conhecimento e à sua experiência de vida. A não ser que essa pessoa adulta tenha passado a vida a beber água engarrafada, sem se interrogar sobre o valor de tão precioso líquido, do lugar donde vem e trabalhos e despesas que dá a sua descoberta e exploração.


fONTE pEIXESMesmo assim, no exercício da minha CIDADANIA, vou perder algum do meu precioso tempo com o que é ÓBVIO e pergunto-me: para que serve uma FONTE? Resposta óbvia: para fornecer ÁGUA. Outra pergunta: então, dada essa finalidade, onde deve estar a FONTE?   Resposta óbvia: deve estar em lugar acessível, o que nem sempre é fácil, sobretudo se a nascente ficar longe, isto é, na prega distante de uma serra, ou nas entranhas escuras de uma mina. 

E, pergunta óbvia:  quem vai à fonte? Resposta óbvia: quem precisa de água. Criança, ou adulto? Geralmente adulto..."descalça vai para a fonte, Leonor pela verdura"...já que a criança não tem força para transportar o pote, o caneco, o garrrafão...mas uma só garrafinha, se for menina ou menino.

E um VELHINHO, como vai à fonte se lhe vedam o caminho? Esse, curvada a espinha, perna arcada, dificuldade no andar pelo peso da idade, não tendo acesso à fonte, mesmo que ela esteja à mão de semear, sem criado, nem criada, quando à fonte não acede, só tem um remédio: morre à sede. E se tem carro, não se atreva a pará-lo na estrada para ir buscar um garrafão. Pois logo emtope o trânsito e levanta um buzinão, tal como aconteceu ontem que se ouviu em todo o lado, só nos Paços do Concelho não.

Pois! Mas há por aí jovens afoitos que, impelidos pela juventude, passando a vida na estrada sentados no seu automóvel, ou a voarem de avião a poluírem quilómetros e quilómetros de ar nas suas deslocações para o trabalho, de lazer ou de férias, eles, num fundamentalismo de lérias anti-automóvel, armam em sabichões e, dizendo-se defensores dos peões,  "não sabem que as pernas comandam a vida". É isso, eles o dizem,  "Eles não sabem"...mas um dia, OBVIAMENTE saberão.

2 - RELÓGIO DE SOL

Pergunta: para que serve um RELÓGIO DE SOL? Resposta óbvia: para indicar a HORA SOLAR em dias de sol. Como funciona? Resposta sábia: em todo o RELÓGIO DE SOL, tecnicamente bem feito e bem orientado, a SOMBRA do "ponteiro" projeta-se sobre um dos traços que indica uma das DOZE horas do dia. Por isso, um RELÓGIO DE SOL é um hino à INTELIGÊNCIA HUMANA, à GEOGRAFIA e GEOMETRIA. Uma lição de LATITUDE EM GRAUS. Mas o PSEUDO-RELÓGIO DE SOL que foi projetado para o LARGO DA FONTE DOS PEIXES, tornando aquele espaço de LAZER e SERVENTIA totalmente INÚTIL é o contrário de tudo isso. É um ATENTADO à INTELIGÊNCIA HUMANA, à GEOGRAFIA, à GEOMETRIA e, o que é pior ainda, um atentado à CIDADANIA CASTRENSE.  

CIDADANIA? Resposta óbvia: pois claro. Contra esse ATENTADO quem é que PIA? Reparem na FOTOGRAFIA colodada ao fundo e atentem nas horas marcadas pelas sombra (hora solar) e na hora digital. Nesta altura do ano a HORA DIGITAL está avançada uma hora relativamanete á HORA SOLAR. 

E a propósito: ainda se lembram das FONTES PÚBLICAS da LAVANDEIRA (perto do Santo António) e da NOSSA SENHORA, no MONTE DA LAPA, vizinhança de Vila Pouca? Já as esqueceram? Eu ainda não. E mesmo que os nossos EDIS nada façam por elas, não vou esquecê-las, enquanto for CIDADÃO.

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.