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sexta, 02 dezembro 2022 15:32

LITERATURA ORAL (1)

Escrito por 

LENDAS E CONTOS

Como o tempo voa. No afastado ano de 2004 coloquei no mundo o livro “Lendas de Cá, Coisas do Além” (edição de autor), cujo conteúdo proveio da recolha feita durante as minhas investigações no terreno, associado ao contributo dos meus alunos que envolvi na tarefa de recolherem junto de avós, pais e tios, parentela e conhecidos, tudo o que eles relatavam em conversas ocasionais ou que tinham ouvido contar pelos mais velhos, nos prolongados serões que se faziam à lareira. Aqui na serra, onde a LITERATURA ORAL ERA RAINHA.

 

CAPA-LENDASCAPA-LUANADigamos que fui bem-sucedido nessa tarefa. O objetivo era iniciar esses meus alunos na estrutura da narrativa escrita (disciplina de Português) e para “comecilho de novelo” vinha mesmo a calhar a “narrativa oral” com a qual eles e elas (alunos e alunas) estavam familiarizados, certos de que “quem conta um conto, lhe acrescenta um ponto”.

 

Dei-lhes tempo e a garantia de que as recolhas que fizessem seriam postas em livro, com a sua versão “manuscrita” e em letra impressa devidamente corrigidos os erros ortográficos se os houvesse.

 

E foi dito e feito como se vê na CAPA e na foto de uma das suas páginas, colocada mais abaixo.

 

Mas este APONTAMENTO, feito neste ano de 2022, deve-se ao facto de eu ter conhecido a simpática LUANA RAFAELA CARDOSO, de 21 anos de idade, natural de S. Martinho das Moitas, que, andando na ESCOLA PRIMÁRIA de OLIVEIRA DO SUL, recebeu da  Professora IDALINA algumas “LENDAS/CONTOS” vivos na área geográfica de S. Pedro do Sul, recolha essa  editada pela Câmara daquele Concelho, em 2008, com a coordenação da Professora MARIA ISABEL PRATES PINTO, cujos objetivos pedagógicos se não afastam daqueles que a mim me motivaram, anos antes, a perseguir a mesma senda.

Luana

 

E, para que conste, foi com muito agrado que, nestes tempos que

S.MACÁRIOcorrem (tempos de “copy/paste”) constato que MARIANA CERVEIRA, narrando a “LENDA DE S. MACÁRIO”, aludindo às várias versões que correm acerca de tal PROTAGONISTA, regista, com a deontologia e seriedade devidas, que a versão ali apresentada era baseada, cito: “ na obra de Abílio Pereira de Carvalho”, no seu livro “Lendas de Cá, Coisas do Além”. (Cf. Foto).

Li o opúsculo de uma assentada. Nem podia ser de outra forma. E, para além de saborear “Lendas/Contos” que desconhecia, conclui não ter dado por perdido o meu tempo a recolher e a divulgar a nossa LITERATURA ORAL, mesmo que, muitas das narrativas contadas não respeitem a “estrutura da narrativa escrita”, aquela que, por imperativo programático, nos competia, a nós, professores de PORTUGUÊS, iniciar os nossos alunos.

 

 

 

LOBISOMEME, face ao que vou  constatando, não me arrependo de assumir o papel de «lenhador na floresta das letras» e nela «de podão  em punho» deixar as veredas e clareiras que, sem nisso cogitar, me aparecem inesperada e surpreendentemente  por diante, como sementes  que, qual lavrador serrano, não já lançou na terra, mas nas mentes. Inciso oportuno por saber que, por estas bandas do Montemuro, ainda há  muito boa gente a pensar que  "só de pão vive o homem".


 Pois que sejam felizes esses que assim pensam, na certeza de que, a masusearem o clássico livro de 40 folhas - ilustradas com reis, damas, condes e duques - a confundirem RESPEITO com DESPEITO,  jamais subirão ao pódio digital “NOTABLE PEOPLE”, cujo link aqui anexo, não sem uma clara pitada apimentada de provocação. 

«Chapéus há muitos!»

GLOBO TERRESTRE ( https://tjukanovt.github.io/notable-people) 

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.