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sábado, 20 março 2021 13:42

OS MORTOS MANDAM

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OS MORTOS MANDAM  

"Nada demonstra melhor as dimensões coletivas do individuo do que o estudo das mentalidades; na verdade, analisar uma mentalidade é analisar um coletivo. Uma mentalidade não consiste apenas no facto de que vários indivíduos pensam a mesma coisa: esse pensamento em cada um deles, está, de diversas maneiras, marcado pelo facto de que os outros o pensam também”.

VEYNE (Paul) - Historia Conceptualizante" ín "Fazer Historia" (I) , Bertrand, 1977, pp. 97.

 

PRIMEIRA PARTE

OS MORTOS-1Num texto escrito e publicado recentemente neste meu site, a propósito do último livro do Dr. Manuel Lima Bastos, que tem o título “AQUILINO NO FEMININO”, aludi à novela de VICENTE BLASCO IBANEZ, (Livraria Francisco Alves, Rio de Janeiro, S. Paulo, Belo Horizonte, Livraria Bertrand, Lisboa, s/d). E ilustrei o escrito com a CAPA desse livro e com o excerto de uma página do seu miolo, as mesmas que aqui reproduzo,  para darem cor ao texto digitalizado que aqui deixo para melhor se apanhar o sentido e a razão que me fez recuar a leituras distantes e também à elaboração deste meu escrito, sobre o pensamento escatológico. Assim:

“(...) os vivos não estavam sós em parte nenhuma; rodeavam-nos os mortos em todos os lugares e como era mais, infinitamente mais, gravitavam sobre a sua existência com o peso do tempo e do número.

Não; os mortos não se vão, como diz o rifão popular os mortos conservam-se imóveis à borda da vida, espreitando as novas gerações, fazendo-as sentir a autoridade do passado com um rude puxão na alma, cada vez que tentavam desviar-se do trilho.

OS MORTOS-2Que tirania a sua! Que poder sem limites! Era inútil desviar os olhos e paralisar a memória; encontravam-se em toda a parte; tinham ocupadas todas as avenidas da nossa existência e saíam-nos a caminho para lembrar os seus benefícios, obrigando-nos a uma gratidão deprimente. Que escravidão! As casas em que vivemos construíram-na os mortos; as religiões criaram-na eles; as leis a que obedecemos ditaram-na os mortos e obra sua são também os gozos prediletos, as nossas paixões e gostos, os alimentos que nos mantêm, tudo o que produz a terra arroteada por suas mãos, tornadas agora pó. A moral, os costumes, os preconceitos, a honra, tudo é obra sua. Se tivessem pensado de modo diferente, outra seria a situação atual dos homens. As coisas agradáveis aos nossos sentidos, são-no porque assim o quiseram os mortos, as inúteis e desagradáveis sumiram-se na sua vileza por vontade dos que já não existem; o moral e o imoral! São sentenças que eles proferiram há séculos.

Os homens que se esforçavam por dizer coisas novas, não faziam mais do que repetir, com outras palavras, o mesmo que os mortos estavam dizendo há séculos e séculos, aquilo que consideramos mais espontâneo e pessoal em nós mesmos, era-nos ditado por mortos que jaziam no seu leito de terra, os quais, por sua vez, aprenderam a lição de outros mortos anteriores. No ponto de luz dos nossos olhos arde a alma dos nossos avós, assim como nas linhas das nossas feições se reproduzem os traços das gerações desaparecidas(...) (pp123-124)

SEGUNDA PARTE

Dito isto, sem comentários, deixo à reflexão dos leitores o texto novelesco de VICENTE BLASCO IBANEZ e volvo ao livro do Dr. Lima Bastos “AQUILINO NO FEMININO”, onde, este autor, a partir do texto “NEVERMORE”, saído “na revista ‘Ilustração’ de 16 de Novembro de 1927 dois meses depois da morte de Grete”, (que escapou às minhas leituras do Mestre) o associa ao facto de o autor de “O MALHADINHAS  “ter perdido a fé, descrendo a imortalidade da alma” e, a propósito da relação afetiva com a sua primeira esposa, deixar escrito:

Cópia de Aquilino-filho Aquilino“Debaixo das cinzas frias cobertas por dois palmos de terra, que jazem na campa da Soutosa, as brasas esmorecidas da paixão de Aquilino Ribeiro pelo amor da sua vida nunca se apagaram embora soubesse que a fénix encontrada em Paris numa tarde de Primavera jamais voltaria a renascer. Nevermore”.

Ali, no cemitério, onde repousam também os restos mortais do filho mais velho, Aqulino, que, Juiz Conselheiro do Supremo Tribunal, resolveu, jubilado, deixar a capital da política e do mando, acabar os seus dias na mesma aldeia, entre couves-tronchas,  e ser sepultado no mesmo cemitério onde a senhora sua mãe repousava, chorada pelo seu pai, naquela despedida  “nevermore”. Não sem antes ter instalado nessa aldeia uma Fundação com o nome do  pai, honrando a sua obra, um tanto à revelia do seu irmão mais novo, de nome muito mais badalado que o do próprio FUNDADOR. Não o conheci pessoalmente, mas eu lhe faço aqui a justiça de ser um cidadão que, a seu modo, contribuiu para a «descentralização da Cultura». Portugal não é só Lisboa e o resto é «paisagem». Onde é que eu já li isto, ou algo parecido?

Peguei na palavra para justificar o meu recurso ao título “OS MORTOS MANDAM” e também a alusão que fiz aos TESTAMENTOS, nos quais as obrigações impostas aos testamenteiros pelos testadores, são a prova viva de tal mando e comando, “enquanto o mundo durar”.

E aqui chegado, direi que, nos caminhos andados, roendo os ossos do ofício, realizei um trabalho académico sobre o «PENSAMENTO ESCATOLÓGICO»,  numa perspetiva diacrónica, para o qual imperioso foi queimar as pestanas a decifrar os manuscritos existentes nos Arquivos Municipais de Castro Verde, desde 1532 até 1900, de que deixo aqui parte, em letra redonda.

Em todos eles se descrevem os bens de raiz sobre os quais recaem os encargos das capelas e/ou morgados instituídos e as condições impostas aos testamenteiros para cumprimento dos itens testamentários, a bem das almas de uns e de outros. Dos falecidos e dos que vivos ficam com esse encargo.

Só três excertos, para exemplo. Três exemplos apenas: um de Castro Verde, outro de Métola e outro de Castro Daire.

***

 1-1539- TestamentoEm 1688, sendo tabelião do Judicial e Notas, António Vaz Fazenda, por provimento do Ouvidor desta Correição (..) lhe foi mostrado pelo Reverendo Duarte Barradas Guerreiro um livro  de  Notas do Cartório do proprietário Francisco Freire Corvo, o qua1 Livro principiou no ano de mil quinhentos e trinta e nove e a folhas dele duas está, o testamento cerrado que fez o Padre Jorge Dias, clérigo de missa e morador que foi nesta dita vila. E, logo pegado, está o instrumento de aprovação e consta ser feito no ano de nascimento de  Nosso Senhor Jesus Cristo de mil quinhentos  e trinta e nove anos,  dez dias do mês de Dezembro da dita era. E no dito t:stamento (…) o testador,  Padre Jorge Dias instituía uma capela e compromisso, deixando a Jorge,  o seu moinho e a courela de São Martinho para o vale com os dois bois que ele já traz (…) na «condição que em cada um ano lhe mande dizer cinco missas pela sua alma rezadas, e outrossim com condição que ele se não case sem licença e autoridade de seu pai porque casando-se sem a sua autoridade e mandado que lhe apraz que não haja o dito moinho e terra e bois e então se dará a Jorge filho de sua irmã Maria Dias. E não consta mais dizer a dita instituição da capela e compromisso (...) Castro Verde em os vinte e seis dias do mês de Agosto de mil seiscentos e oitenta e oito anos (...)» (fls. 75v-77r)

***

Em 1831 na vila de Mértola, no Cartório do tabelião ficou exarado o seguinte:

 

1831.MÉRTOLA - Cópia«(…) em nome de Deus Amen. Saibam quantos este instrumento cerrado virem ou caso em direito melhor lugar haja chamar-se possa, que no ano do nascimento do Nosso Senhor Jesus Cristo. de mil  oitocentos e trinta e um anos sendo aos seis dias do mês de Dezembro do mesmo ano nesta vila de Mértola e casas de minha morada forem presentes Sebastião Mestre e sue mulher Rosalina Maria do Monte do Guerreiro freguesia da S. Marcos, termo desta vila de Mértola e por eles me foi dito que por ignorarem a hora em que Deus Nosso Senhor será servido levá-los desta presente vida para a eterna e desejarem por as suas almas no verdadeiro caminho da salvação 0 queriam que eu como pessoa particular lhes escrevesse seu testamento que ditaram pela forma seguinte . Primeiramente disseram eles testadores que encomendavam suas almas a Deus e lhe rogavam queira auxiliá-los para melhor resistir às perseguições do inimigo = que creem em todas os mistérios da nossa Sana Religião católica romana que confessam verdadeira e na qual tem vivido e na mesma protestam viver e morrer = que  detestam e abjuram todos os erros ou heresias que se opõem à mesma Santa Religião Católica Romana = que rogam a todos os Santos da corte Celestial queiramser seus intercessores para com Deus, a fim de que por este meio posam melhor e mais facilmente obter a glória eterna que aspiram e para que foram criados = disseram eles testadores que qualquer deles falecido querem que seu corpo seja amortalhado em um lençol de pano de linho e levado no esquife de sua freguesia por quatro homens até o lugar do costume a cujos quatro homens ao todo se dar de esmola a cada um um alqueire de trigo ou quatrocentos reis e oitenta reis e que aí venha o seu Reverendo Pároco e mesmo dois se houverem e encomendem seu  defunto corpo e o o acompanhem até à sepultura cantando-lhe pelo caminho quatro responsos além dos de costume = que acompanhem todas as cruzes de irmandades e confrarias e insígnias de sua. Igreja e que o seu reverendo pároco no dia do seu enterro e sendo horas, alias no seguinte lhe diga missa de corpo presente e que até ao sétimo dia depois do seu enterro lhe continue a dizer missa e que todas estas missas sejam de esmola de  duzentos reis cada uma. Quer que no sétimo dia depois de seu falecimento se' lhe cante missa por sua alma de esmola de quatrocentos e oitenta reis = E que depois .e que fica por testamenteiro reparta à sua porta quatro alqueires de pão cozido pelos pobres que se ajuntarem e qualquer deles testadores que sobreviver ao outro não será este será este obrigado a mostrar certidão do cumprimento desta esmola = Disseram eles testadores querem que qualquer que deles falecer se lhe digam por sua alma cinco trintários de missas, que deixam qualquer dele que falecer um trintário de misas pelas almas dos seus defuntos pais e que todas estas missas sejam de esmola de cento e cinquenta reis cada uma = Quer que se diga a qualquer  quer deles que falecer uma missa a Nossa Senhora de Aracelis de esmola de quatrocentos e oitenta reis . que se diga uma missa às almas do Purgatório de esmola de duzentos reis . Que deixam a cada um dos seus afilhados que mostrarem que o são quatrocentos e oitenta reis de esmola. Declararam eles testadores que tudo quanto fica declarado é aplicado a cada um dele que falecer. Disse ele testador quer que falecendo ele primeiro que sua mulher fique por seu testamenteiro seu compadre Miguel Rodrigues  do Monte do Salto da mesma freguesia a quem pede e roga use a beneficio da sua alma como ele usaria com a sua se lhe sobreviverem e tal cargo lhe fizessem e lhe deixa pelo trabalho de lhe cumprir o dito seu testamento a quantia de sete mil e duzentas reis = Disse ele testadora que falecendo ela primeiro que seu marido Sebastião Mestre seja seu testamenteiro a quem pede e roga use com sua alma como ela usaria com a sua dele se tal cargo lhe fizesse (…) sse ela testadora que deseja ser dar o seu irmão António Guerrero da qualidade de irmão e só sim herdará como se fosse seu  sobrinho. Disse ele testador Sebastião  Mestre que desde já deserda da qualidade de seu sobrinho a José dos Santos filho da sua irmã Inácia e que nada mais lhe deixa se não o que em seu poder já tem que são quatro mil reis = Por esta forma disseram eles testadores haviam feito o seu testamento o qual sendo-lhe por mim lido confirmaram e notificaram tudo o que aqui se acua declarado e por ela testadora ser mulher e não saber escrever rogo a Antonio Francisco Amado Velasco desta vila que por ela assinou o que fez comigo e o testador e eu Jorge Colaço Mimoso o escrevi» (LIVRO QUE HÁ D£ SERVIR PARA NELE SE COPIAREM OS TESTAMESTOS QUE FOREM ABERTOS NESTA ADMINISTRAÇÃO, fls- 73-77)   

Eis como, despedindo-se fisicamente deste mundo, os testadores partiam para o outro, criado à semelhança deste, com advogados de defesa e tudo no Tribunal do Juízo Final.

Finados e partidos, os mortos continuam a mandar nas coisas terrenas, com a garantia das suas almas usufruírem lá, nesse outro mundo, do rendimento dos bens de raiz que deixaram na terra por ser impossível levá-los consigo.

Tudo muito bem esclarecido por forma a terem a certeza de que as ordens deixadas teriam validade perpétua, como deflui das recorrentes expressões escritas “até ao fim do mundo”, enquanto o mundo durar”,   “per onmia saecula saeculorum”,  «para sempre»,  diferentemente do sofrido “nevermore”, “para nunca mais” com que Aquilino Ribeiro se despediu da sua primeira e querida esposa Grete.

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*        *

Castro Verde, Mértola  e Castro Daire.  Aqui, em Castro Daire, entre tantos, respigo o testamento de ANTÓNIO DUARTE MORGADO, da aldeia do Vilar, freguesia da  Ermida. E dele sublinho a visão que o testador  tinha do TRIBUNAL que o esperava no outro mundo, uma cópia grosseira dos tribunais que existiam neste, com advogados vários e um juiz supremo, um tribunal temível, assustador. Ora façam o favor de ler, ver e pensar:: 

Testamento-C.Daire «Jesus, Maria José – em nome de Deus ámen. Eu António Duarte Morgado, morador neste lugar do Vilar, freguesia da Ermida, julgado de Castro Daire, estando gravemente doente, mas em meu perfeito juízo que Deus foi servido dar-me e temendo a morte, quero fazer o meu testamento e disposição de minha última vontade e, com efeito, o faço pela maneira seguinte = Primeiramente confesso que sou cristão, professo a lei de Jesus Cristo e creio em tudo quanto crê e nesta fé e crença protesto com a ajuda do mesmo Senhor viver e morrer. E peço e rogo à Virgem Nossa Senhora Maria Santíssima, mãe de Deus e Mãe dos homens, seja minha advogada e intercessora perante aquele supremo Juiz, seu amado filho, naquele tremendo tribunal quando minha alma ali for apresentada ao Santo do meu nome, Anjo da minha guarda e a todos os mais santos da corte do Céu sejam meus advogados naquele dito tribunal para que a minha alma vá gozar a bem-aventurança para que foi criada. Deixo que em Deus sendo servido levar-me desta vida para a outra, seja sepultado dentro da Igreja onde sou freguês  e que por minha alma se me digam quatro trintários de missas e por alma do meu pai e de minha mãe um trintário; por penitências mal cumpridas, cinco missas;  pelas almas do Purgatório três missas; à Nossa Senhora do Fojo, oito missas, para que seja minha medianeira para com seu amado filho; por alma da minha irmã Maria, quinze missas e por alma de meu sogro e minha sogra, vinte missas, enquanto de espiritual tenho disposto; enquanto ao temporal: deixo e nomeio o meu Prazo ao meu filho José e a este nomeio por testamenteiro para me cumprir o meu bem de alma acima declarado dentro de um ano do meu falecimento e à custa da herança dos bens livres que será a despesa dele repartida por todos os meus quatro filhos que instituo por meus universais herdeiros e dado o caso que não queiram concorrer com esta despesa do bem da alma e direitos da Igreja, neste caso o meu filho José levantará o terço dos bens livres e por ele pagará tudo bem de alma e direitos paroquiais, cujas missas acima declaradas serão ditas por uma vez somente. E serei sepultado na capela de Santa Bárbara deste lugar como é de costume e não na Igreja. E por esta maneira hei este meu testamento proferido como firme e valioso em juízo e fora dele, tanto quanto em direito se requer e por este revogo quantos tiver feito antes deste, pois só quero que este valha como sentença de minha última vontade e por não poder bem escrever por causa da minha moléstia roguei a Luís de Sousa e Vasconcelos, de Vila Seca, freguesia de Pinheiro que este meu testamento me fizesse ou escrevesse conforme eu o ditasse e comigo assinasse, o qual eu de seu rogo o fiz e assinei com ele testador, aos dois dias do mês de Fevereiro de mil oitocentos e cinquenta e três anos. António Duarte Morgado. A rogo do testador Luís de Sousa e Vasconcelos. (in Livro II das Cópias dos testamentos – 1852 – fls 39v-42r)

 Na «Aprovação»  do testamento, validado pelo tabelião António Cardoso de Figueiredo Menezes, de Castro Daire, foram testemunhas José Ribeiro da Costa, casado, cirurgião, do lugar de Baltar de Cima; José Rodrigues Matias, casado, lavrador; João Valdige, solteiro, lavrador; José Valdige, solteiro, lavrador e Manuel Saraiva, casado, lavrador, todos os quatro deste do Vilar.

Leram tudo e bem? Repararam na caterva de advogados (a Virgem Santíssima, o Anjo da Guarda e todos os Santos da Corte Celestial, sem esquecer a Nossa Senhora do Fojo) que o testador arrolou para, lá "naquele tribunal tremendo" que o esperava, presidido por "aquele supremo Juizassumirem a defesa da sua alma por "penitências mal cumpridas"? 

 O pagamento da defesa ficava assegurado com o rol dos "bens espirituais" arrolados e o seu cumprimento ficava garantido com os "bens temporais", devidamente descriminados.

EPILOGO

Platão-fotos - CópiaE, aqui chegado, talvez me coubesse revisitar a Bíblia, os Evangelhos,  as Encíclicas Papais e Pastorais deixadas pelos Bispos das Dioceses, com vista a doutrinar os povos. Mas não.  Vou antes revisitar a “Alegoria da Caverna” de Platão. Ali, onde os prisioneiros, atingido o estágio do conhecimento, se dão conta das chamas que projetam as sombras na parede da frente que eles julgam ser reais,  passam a vê-las convertidas em fantoches, imitações das coisas do mundo real, sombras que eles tinham como coisas verdadeiras.

Dito de outra maneira, transportada a “Alegoria da Caverna” para esta nossa realidade humana inteligível, é como se acreditássemos, desde que nascemos, que o mundo é tal qual o o vemos, como o conhecemos ou como nos foi ensinado. E se alguém nos disser que tudo isso é falso e tente, quiçá, que vejamos a realidade sob um prisma diferente, não lhe daremos crédito.

Foi justamente por uma razão semelhante que Sócrates foi morto pelos cidadãos de Atenas, facto histórico que inspirou Platão à escrita da Alegoria da Caverna, onde os homens estão acorrentados a falsas crenças, preconceitos e ideias enganosas.

 

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.