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sábado, 20 fevereiro 2021 15:10

MUNDO DOENTE - 15 (CASTRO DAIRE - VACINAÇÃO, 2)

Escrito por 

OS AMIGOS DA ONÇA

Como professor que fui, nunca me cansei de puxar pela imaginação e criatidade dos meus alunos. E tive algumas surpresas nesses meus “impertinentes” incentivos.

Entre outras coisas, de ordem metodológica e didática, eu exigia que eles, no caderno escolar, fizessem um resumo da matéria dada na aula e, para ajudá-los, dava o exemplo com um esquema previamente elaborado por mim.

 

PRIMEIRA PARTE

equipaEles assim faziam, mas se esquema levavam, o esquema traziam de volta, repetido ou copiado, embora preenchido com conteúdos diferentes. Chamei-os a atenção para isso, incentivando-os a fazerem esquemaas novos ou adaptando o que eu tinha fornecido à sua maneira de arrumar a matéria, sem, necessariamente, fazerem cópia do original.

Pois. E então não é que um dia uma aluna me apresentou um esquema diferente e mais bem elaborado do que o meu?

Chamei a aluna ao quadro e pedi-lhe para explicar o seu trabalho. Ela explicou. Havia ali imaginação, criatividade e inteligência. Sem necessidade de usar fita métrica para medir cada uma das capacidades, A prova material delas estava à vista de todos nós.

De imediato, usando a linguagem metodológica de Skiner, fiz o respectivo “reforço positivo” à aluna, extensivo a toda a turma, e, doravante, passámos a usar o esquema feito por ela, sempre sujeito às modificações sugeridas para melhor,  se necessário. A muleta por mim servida, como exemplo, foi posta de lado. Gostei e registei. A professor a aprender com os alunos.

COVID-19-BULAOra, vem isto a propósito do vídeo e do texto que fiz e escrevi sobre a VACINAÇÃO em Castro Daire contra a infeção COVID-19.

E é assim.

Alguns dos amigos (que não são da onça), depois de visionarem o vídeo, certamente apoiadodos no ANEDOTÁRIO NACIONAL, reagiram humoristicamente, como vimos, sobre a vacina PFIZER, acerca da DISLEXIA como efeito secundários e coisas assim. E depois de lerem o texto, logo correram a dizer-me que eu me esqueci daquela maneira rápida de fazer testes, diferentemente daqueles que, frequentemente, são autorizados pelas AUTORIDADES SANITÁRIAS. 

Tinham razão.

Eu tinha-me esquecido de dizer que, sabidos os sintomas da doença, a saber: perda de olfato, de paladar e sentir sinais fadiga, os profissionais respetivos, em vez de meterem, pelo nariz adentro, uma aguilhada com algodão numa extremidade, com o nome científico de “zaragatoas nasofaríngeas”, gastando balúrdios de dinheiro a comprá-las, deviam era convidar as pessoas a comparecerem num sítio abastecido, antecipadamente, de queijo, presunto, chouriço, bebidas e outras iguarias usadas na petiscada nacional.

Uma vez aí reunidos, cada utente, de olhos vendados, seria convidado a identificar o produto que lhe metiam na boca, pelo sabor e pelo cheiro, alternando e repetindo a dose até dizer chega, para não haver dúvidas. Tudo de mistura com vinhos diferentes, paladares diferentes, origens diferentes, para ajudar os resultados do teste.

A prioridade seria dada a todos os que, não obtante as sucessivas advertências das AUTORIDADES SANITÁRIAS, se recusavam a usar máscara, julgando-se imunes a tudo. Eram os maiores. E eram, de facto, mas não bípedes.

Testes destes era a forma mais rápida de “testar” a COVID-19 com a vantagem de se promover o consumo dos produtos nacionais, sem os custos das zaragatoas e exames subsequentes.

SEGUNDA PARTE

SALÃO GRUPOAssim como assim, sabedor que sou de que os políticos, metidos nas suas redomas, desligados do povo, não frequentarem as tascas onde estas sugestões são debitadas em larga cópia por sábios de palito na boca, não seria por falha minha que os nossos responsáveis pela SAÚDE PÚBLICA deixariam de conhecer a sábia alternativa que anda por aí de boca em boca. A mesma que, por descuido meu, deixei omissa no texto anterior.

Por isso ela aqui fica.

E, face à fértil imaginação e criatividade que, sobre tudo e nada,  incham o ANEDOTÁRIO NACIONAL, por tascas, cafés, tavernas e bancos de jardins públicos (autênticos laboratórios científicos) pergunto-me porque tinha eu a preocupação docente de incentivar os meus alunos a desenvolverem essas capacidades a fim de trazerem algo de novo e prestável ao mundo. A anos de distância, sabendo isto, vivendo isto, eu devia era tê-los incentivado frequentarem esses meios, a ouvir os pais, tios, avós e a apegarem-se a saberes empíricos antigos, incluindo, mezinhas, rezas, benzeduras e abrenúncios.

Ciência? Para quê?

EPÍLOGO

Pergunta retórica. Pois, cá por mim, que, ao longo da vida, tenho cantado loas à CIÊNCIA prossigo na senda iniciada há muito e de que deixei retalhos visíveis na série de crónicas que escrevi sobre a PANDEMIA, (alojadas no meu site «trilhos-serranos.pt») das quais (duas delas) deixo aqui os respigos fotográficos e respetivos links, proporcionando, assim, o acesso aos textos integrais, a todos aqueles que ainda vão tendo paciência para ler o que vou escrevendo com lucidez, ou, sei lá, com marcas evidentes de senilidade.. Assim:

MUNDO DOENTE-2

 

 

MUNDO DOENTE, 2

18-03-2020

 http://www.trilhos-serranos.pt/index.php/cronicas/933-mundo-doente-2.html

 

 

 

MUNDO DOENTE-6

 

MUNDO DOENTE, 6

02-04-2020

 http://www.trilhos-serranos.pt/index.php/cronicas/943-mundo-doente-6.html

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Abílio Pereira de Carvalho

Abílio Pereira de Carvalho nasceu a 10 de Junho de 1939 na freguesia de S. Joaninho (povoação de Cujó que se tornou freguesia independente em 1949), concelho de Castro Daire, distrito de Viseu. Aos 20 anos de idade embarcou para Moçambique, donde regressou em 1976. Ler mais.